Sabemos que o impacto que o isolamento e a pandemia vêm tendo nas universidades e na educação como um todo é cabal, fazendo com que prazos sejam alterados, inícios de aulas sejam postergados e que plataformas e tecnologias digitais sejam implementadas no ensino e nas relações acadêmicas como um todo.
A grande pergunta, no entanto, é como isso afeta e compromete o desenvolvimento educacional e científico e de que modo isso reflete na educação do país.
Dentro da academia, como constatado acima, existem inúmeros desafios atuais que precisam ser superados para continuar com os cronogramas de ensino e pesquisa previstos. Como as pesquisas estão tendo continuidade neste período? Como orientar trabalhos de TCC e pós graduação com as atividades sendo realizadas de forma remota? Essas e outras questões vêm permeado a mente de professores, educadores e pesquisadores de diferentes universidades do país.
Desafios enfrentados com o ensino remoto
O primeiro grande desafio enfrentado pela educação é o de realizar suas aulas práticas. Sabe-se que existem áreas de pesquisa que possuem classes e disciplinas majoritariamente práticas, como é o caso, por exemplo, do curso de Ciências Biológicas. Como as tecnologias do mundo poderiam auxiliar uma aula que requer muito do contato e do aprendizado pessoal e prático, como por exemplo levantamento de espécies de plantas e animais de uma determinada região.
Existem áreas extremamente comprometidas, atualmente, devido justamente a seu caráter excessivamente prático. Essa necessidade prática que algumas disciplinas requerem torna extremamente desafiadora a adoção do ensino remoto.
Outra questão extremamente desafiadora relativa ao ensino remoto, e neste caso se aplica a todos os níveis educacionais, é a falta de acesso de parte dos alunos à tecnologias que propiciem o ensino remoto. Existem inúmeros casos de alunos que não possuem acesso à internet, ou que a conexão à internet não é eficaz. Este indivíduo por sua vez, tem seu ensino seriamente comprometido, sendo que toda a oferta educacional é oferecida por uma plataforma que requer conexão à internet. .
Um tópico bastante discutido também é a capacidade e preparo dos discentes para lidar com as plataformas digitais para ensino. O que é vivido atualmente, é que uma parcela do corpo discente é de uma geração onde o uso da internet não era tão comum assim, o que por resultado, faz com que esses professores não tenham o preparo necessário para lidar com novas tecnologias, até por que não houve ou há um curso preparatório em relação ao ensino digital para o corpo discente. Logo, existem alguns pontos onde a aplicação do ensino remoto pode comprometer o aprendizado do aluno e a capacidade de ensinar do discente em questão.
Pesquisa e projetos
Além da questão do ensino, dentro das universidades públicas temos a produção de conhecimento e tecnologia, que também acaba sendo comprometida em certo nível pelo isolamento vivido nesse período de pandemia.
Existem inúmeros departamentos de pesquisa dentro de uma universidade, dos quais existem vários laboratórios dentro. Cabe a um comitê especializado de cada universidade decidir quais destes laboratórios e departamentos não podem parar de acordo com seus serviços, linhas de pesquisa e de atuação.
A partir do veredicto deste comitê, estabelece-se uma lista contendo os laboratórios e departamentos que continuarão com as atividades presenciais, seguindo os protocolos de proteção e isolamento adotados na pandemia. Portanto nota-se que de acordo com os protocolos deste período, algumas atividades acadêmicas presenciais estarão suspensas, comprometendo também o desenvolvimento científico e tecnológico, além do ensino e educação.
Prognóstico e futuro
Apesar dos contras que existem relativos ao ensino remoto, existem algumas vantagens também que permitem o acompanhamento das aulas mesmo que se perca uma aula por alguma razão, devido a função de gravação das aulas. Existem também formas de organizar apresentações de seminários e discussões de uma maneira interativa e simples.
Também, estamos no momento de vacinação de parcelas da população, o que indica que em breve as coisas tendem a se normalizar, de acordo com a vacinação da população como um todo. Isso possibilita que todo quadro citado anteriormente seja revertido, de forma que sejam retomadas pesquisas, projetos, investimentos e fomentos de parte pública para termos capacidade de gerar desenvolvimento e tecnologia de ponta, independente da área em questão.