qui, 25 abril 2024

Crítica | Dunkirk

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Quando um filme de guerra começa com o silêncio total, numa cena imersiva em uma cidade abandonada, com os atuantes fazendo nosso foco se desviar para a ação de cada um, para que, de repente, tiros, mortes e o retorno do silêncio nos mostre em 4 minutos, que aquele é um filme de guerra assinado por Christopher Nolan e que todos os próximos minutos serão meticulosamente pensados em nos deixar tensos, angustiados e completamente apaixonados pelo filme!

O filme é baseado em eventos históricos que consistiram na evacuação de soldados britânicos e franceses de Dunkirk, conhecida como a Operação Dínamo. O diretor coloca uma lupa nesse evento da guerra e trabalha com uma verdade pouco vista nos filmes épicos.

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Desde as primeiras cenas o filme impressiona pela grandiosidade, desde o tamanho do elenco, as imagens e cenas de ação. Filmado em 70 milímetros e com tecnologia Imax, Dunkirk é puro som – e que som – e imagem na maior nitidez que o cinema hoje pode proporcionar, inclusive parte crucial da experiência é poder assisti-lo num cinema que reproduza a película em seu formato idealizado por Nolan. Curiosamente, é um dos trabalhos mais enxutos do diretor, tendo menos de duas horas de duração, o que é impressionante diante de sua ambição de fragmentar a narrativa em três histórias paralelas ocorrendo em tempos diferentes.

Dunkirk também é lindo no caráter de roteiro. É um filme enxuto, com poucas falas. A ambientação visual, as batalhas, e as feições dos soldados e civis dizem muito mais do que qualquer frases ou diálogo elaborado. Durante toda a exibição é possível sentir medo, preocupação, temor pela vida, angústia e preocupação.

O som do relógio em “tic tac” presente nas cenas fará você se sentir aliviado por perceber que não está realmente no meio de uma guerra. Você se sentirá mais humano por não se importar com o histórico de quem você estava assistindo, mas torcer virtualmente para que todos saiam vivos.

Em algumas cenas, me senti como em Batman – O Cavaleiro das Trevas nas cenas onde o Coringa não aparecia, mas a gente sabia que algo estava por acontecer. Dunkirk faz isso magistralmente, usando da totalidade da guerra para expandir esse conceito de que algo sempre irá acontecer, sem se saber o que.

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“Dunkirk” não é um filme, é uma experiência sensorial que lhe colocará numa fração do que foi a 2ª Guerra Mundial. É um filme que, nas mãos de um diretor errado, teria de tudo para não funcionar, mas nas mãos mágicas de Nolan se tornou uma obra que será lembrada para todo o sempre.

https://www.youtube.com/watch?v=b7v_6hIa5Ok

 

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Uillian Magelahttps://estacaonerd.com
Co-Fundador do Estação Nerd. Palestrante, empreendedor e sith! No momento, criando meu sabre de luz para cortar a lua ao meio. A, SEMPRE escolha a pílula azul. Não faça como eu!
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