qua, 24 abril 2024

Crítica | Jogo do Dinheiro (2016)

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[s3r star=4/5]

Inicialmente, “Jogo do Dinheiro” parece que tem a intenção de surpreender com o aspecto da fotografia. O filme tem início com um plano-sequência muito atraente, mas que é cortado para o começo da trama propriamente dita. George Clooney interpreta (muito bem, por sinal) Lee Gates, o apresentador do programa Money Monsters, que tem como diretora Patty Fenn (Julia Roberts), personagem que sente cada vez mais inferiorizada. Durante uma, das suas ridículas apresentações no programa, surge um entregador terrorista armado e com dois coletes cheios de explosivos que está à procura de Walt Camby (Dominic West), empresário que gerou um rombo de US$ 800 milhões à empresa devido a uma “falha no sistema”.

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O longa traz à tona uma crítica não muito vista, que é a do jornalismo exibicionista e faz qualquer coisa para ter audiência. O programa televisivo apresentado por Lee Gates tem essa característica como principal e são mostradas todas as barbaridades que acontecem por trás das câmeras. Exatamente pelo fato de abordar esse estúdio de TV, grande parte da trama acontece no mesmo espaço cinematográfico (o da gravação do programa) e surpreende pela grande dinamização da pouca locação que tem.

Duas coisas chamam atenção no filme. Primeiramente, a brilhante direção de Jodie Foster . Ela deu uma cara diferente ao filme, sendo crítica e divertindo ao mesmo tempo. A outra coisa é a construção do terrorista Kyle Budwell (Jack O’Connell). Além de uma bela atuação de Jack, o personagem tem uma magnífica evolução durante o filme, e vai tomando o telespectador, chegando a lembrar o Walter White (de Breaking Bad) pela sua loucura, convicções e carisma. Qualquer comentário extra sobre o personagem pode soar como spoiler, então é válido assistir ao filme para entendê-lo.

Apesar de parecer incompreensível, o grande acerto e erro do filme estão na mesma característica. O filme tem um tom crescente, que se encaminha junto com a expansão do ódio do terrorista. Essa intensificação empolga muito e deixa quem o assiste aflito e ansioso para os próximos passos. Mas é logo aí que ele erra. Na segunda metade, o grande clima de tensão é tomado pela disputa empresarial e de poderes, a cara dos filmes americanos. Junto com isso, toda a instigação e expectativa criada pelos espectadores é diminuída.

Apesar de ter esse grande problema, o filme provoca e é bastante instigante. Vale a pena assistí-lo.

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João Marcelo Liguori
João Marcelo Liguori
Apaixonado por cinema e pelo universo nerd. Estudante de Engenharia Civil e crítico de filmes. Salvador, Bahia. :) Para entrar em contato: ⬇︎
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