Jovens Amantes fez sua estreia em 2022 na competição oficial do festival de Cannes, após uma longa espera, o filme, que também foi indicado a sete prêmios César, chega aos cinemas brasileiros na quinta-feira, dia 03 de julho de 2025.
Inspirado em memórias da juventude da diretora, Valeria Bruni Tedeschi, o longa se passa na França, no final da década de 80 e segue a história de jovens atores, que lutaram por uma vaga no programa de dramaturgia do Théâtre des Amandier, onde serão ensinados pelo renomado diretor Patrice Chéreau e terão a chance de estrelar uma de suas peças. Após um longo e acirrado processo de seleção, 12 alunos são escolhidos a dedo e precisam balancear suas questões pessoais com a intensa rotina de treinamento exigida no curso.
Entre dramas familiares, vício em drogas, tendências suicidas, relacionamentos conturbados, amores/afeições não correspondidos, amizades, perdas, frustrações profissionais, fracassos acadêmicos e questões sociais, além das aulas de teatro, a diretora tenta dar conta de várias histórias paralelas e, embora pareça ter algo a dizer, por vezes, o resultado de tantas narrativas intercaladas acaba se tornando convoluto e as duas horas do projeto parecem não dar conta de tudo. Talvez a pior parte seja a escolha equivocada da protagonista, já que o segmento dramático dela acaba sendo o menos interessante de acompanhar, enquanto os personagens secundários que mereciam ter sido melhor desenvolvidos acabam não sendo tão bem aproveitados.

Mas falando assim pode parecer que o filme seja ruim e não é. Por mais que a protagonista e seu par romântico sejam um tanto clichê e menos inspirados que os personagens de apoio, eles também rendem boas cenas ocasionais, só não o suficiente pelo peso que carregam dentro da trama.
Dito isso, o maior acerto do filme são as aulas de teatro conduzidas por Patrice, o personagem é um clichê de professor-diretor presunçoso e genial com um temperamento volátil, vivido por Louis Garrell – que não é estranho a esse tipo de papel e soube dar-lhe o tom certo.
Apesar de se perder um pouco ao tentar condensar muitas subtramas e narrativas nem sempre convergentes, o filme rende momentos de ternura, a partir de um retrato humanizado das vivências daquele núcleo de jovens.