Ousando trazer uma abordagem em assuntos históricos delicados, As Histórias do Meu Pai entrega para o espectador uma perspectiva de uma família durante a Guerra Franco-Argelina em 1962. Na história acompanhamos Benoît Poelvoorde e Jules Lefebvre vivendo pai e filho numa dinâmica de família atingida pelo conflito histórico.
A narrativa segue a visão de Emile Choulans, vivido por Lefebvre, que entrega uma atuação bastante charmosa, representando bem a ingenuidade da infância e o desejo por validação de seus pais. Poelvoorde entrega uma atuação que foge bastante dos seus papéis mais cômicos e mira num drama de um pai radicalizado, ele conta para seu filho sobre a misteriosa ‘Organização’ (o grupo terrorista conhecido como OAS – Organização Armée Secrète) e começa a enviá-lo em ‘missões’ para promover a causa.

As Histórias do Meu Pai nos entrega como tema as consequências das ações de guerra em uma família nuclear. Emile a empregar as próprias táticas e invenções de seu pai com um amigo da escola vindo da Argélia, aos poucos o jovem percebe as consequências dos seus atos e é quase tarde demais quando Emile percebe o erro e o impacto dos traumas de seu pai que foram colocados nas suas costas.
No fim, a obra aborda não apenas o impacto geracional de um conflito internacional como a Guerra Franco-Argelina e suas consequências, mas também o impacto da saúde mental e do trauma em uma família quando uma das pessoas que sofrem são pais.