sáb, 23 novembro 2024

Crítica | O Bom Dinossauro

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Por Leonardo Casillo

O Bom Dinossauro conta a história de uma família de Apatossauros, que vivem em uma fazenda no meio-oeste: o pai, a mãe, e seus três filhos, Buck, Libby e o pequeno, medroso e desajeitado Arlo. Por mais que se esforce, Arlo não consegue desempenhar bem suas tarefas, ao contrário de seus irmãos. Na busca para superar seus medos, Arlo acaba encontrando Spot, uma criança humana primitiva, e juntos terão que enfrentar uma jornada de sobrevivência e conhecimento.

O Bom Dinossauro é o 16º longa de animação produzido pelo estúdio, sucedendo uma de suas obras-primas, “Divertida Mente”. Enquanto que o longa de 2015 conseguiu uma história psicologicamente profunda e complexa, voltada para todos os públicos, este novo longa é claramente mais voltado para o público infantil. Mas, mesmo com toda a tecnologia e eletrônicos disponíveis desde cedo para as crianças, os dinossauros ainda exercem um misto de fascínio e curiosidade em todas as idades (que o diga o estrondoso sucesso de Jurassic World).

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Mas, conhecendo o histórico de filmes do estúdio, mesmo sabendo que o público-alvo são as crianças, cada novo lançamento desperta o interesse do público em geral. Seja pela história, pelas situações engraçadas, ou que seja apenas para contemplar como eles conseguem se superar na qualidade técnica quanto à animação. Enquanto claramente os dinossauros e demais animais foram desenhados de forma caricatural para realmente se parecerem com personagens, as paisagens, natureza, ambientes e efeitos de água e luz são tão reais que em diversos momentos era como se fosse uma montagem de cenas reais misturadas com animação. Se você já se surpreendeu com o que fizeram com Valente enquanto computação gráfica, pode ter certeza que vai terminar a sessão ainda mais impressionado.

The-Good-Dinosaur-Film

O filme começa a partir do seguinte questionamento: Se o asteroide que provocou a extinção dos dinossauros tivesse errado o alvo, como seria? E, partindo desse princípio, temos uma nova indagação: E se a espécie dominante na Terra fossem os dinossauros, e os homens apenas “animais primitivos”? Essa inversão de papéis, totalmente lúdica para as crianças, é o fio provocador da vez para a sociedade adulta. E se engana quem acha que vai ver um filme bobinho, bonitinho, só com ceninhas bonitinhas de amizade entre um jovem dinossauro e sua criança de estimação. O filme é padrão “O Rei Leão”, que intercala os bons e divertidos momentos com cenas de morte, violência e algumas emoções fortes para os pequenos.

Com diversas referências, “ctrl+c, ctrl+v” e homenagens a filmes anteriores da Disney e Pixar (de Rei Leão a Mogli, passando por Irmão Urso, Bambi, Em busca do vale encantado, e com pitadas de Procurando Nemo, Monstros S. A., Vida de inseto, entre outros), faroestes e clássicos dos anos 80 (como Conta Comigo, Tubarão e Jurassic Park), e com a obrigatória lição de moral e mensagem para o público, dessa vez relacionada ao medo, é mais um filme bem sucedido do estúdio, apesar da Pixar ter nos deixado um pouco mal acostumados ou exigentes demais com o saldo final de suas produções.

Depois de 6 anos de produção, muitas mudanças de roteiro e equipe, atrasos (deveria ter sido lançado em 2014), e lançamento tão próximo ao inovador e complexo Divertida Mente, “O Bom Dinossauro” aparece como um contraponto, um filme básico, “arroz-com-feijão”, “pé-no-chão”, do tipo simples mas competente, com potencial para agradar a todos e que certamente irá cumprir o seu papel de entretenimento.

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