Partindo da mitologia da primeira mulher na Terra, em LILITH, o cineasta Bruno Safadi lida com questões bastante contemporâneas da sociedade ao trabalhar os arquétipos de Adão e Eva. Protagonizado por Isabél Zuaa, Renato Góes e Nash Laila, o longa chega aos cinemas brasileiros em 14 de março, com distribuição da Pandora Filmes.
Entre as praças confirmadas, estão: São Paulo, Rio de Janeiro, Aracaju, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Porto Alegre e Salvador. A classificação indicativa do filme é de 16 anos.
Era claro para mim, desde o início do projeto, que me interessava contar a história da Lilith ressignificada, a Lilith das artes, a Lilith da poesia, e contar esta história a partir do recorte da passagem de Lilith com Adão para pensar o lugar do masculino e do feminino nos dias de hoje”, explica o cineasta, que assina o roteiro com Vera Egito e Fabio Andrade.
No filme, Isabél interpreta Lilith, a primeira mulher do mundo, que se rebela contra a dominação de Adão, interpretado por Renato Góes. Após de se isolar no deserto, ela reaparece como um duplo, Eva (Nash Laila), que realiza sua vingança comendo o fruto proibido, se vingando de Adão e se levantando contra o patriarcado.
“Uma vez definido o recorte, reuni todas as características de Lilith e apliquei à linguagem cinematográfica. Filmei o Sol e a Lua, filmei a união dos astros no eclipse total, filmei os elementos da natureza, pensei a ideia de união dos polos realizando o filme em película e em digital.”
Filmado em uma cadeia de montanhas entre Nova Friburgo e Teresópolis (RJ), além de cenas em Saquarema, na Argentina e em Israel, LILITH é um filme que dialoga com nossa própria época ao abordar um mito atemporal, levando o público a pensar em questões de gênero no presente.
“O filme é uma ode ao feminino e uma busca pessoal de aprendizado enquanto homem branco. Estruturalmente nós homens temos muito que aprender e não estou fora deste esquadro. Fazer um filme para mim é aprender com a própria obra.”
Safadi explica que a escolha do elenco foi muito bem pensada e para a protagonista Lilith era importante encontrar uma atriz que estivesse à altura da força da personagem. “Era igualmente importante escolher uma Lilith que apontasse para uma nova era da humanidade e esta nova era deveria ser protagonizada por uma mulher preta. Há alguns anos, eu acompanhava com grande admiração o trabalho da atriz Isabél Zuaa. E por tudo isso, eu a convidei. Já para Adão, eu quis encontrar um ator que tivesse um tipo judaico-árabe para localizar o mito à sua origem geográfica.”
Em sua equipe artística, o longa conta com nomes como Luísa Horta, na direção de arte; Daniela Aparecida Gavaldão, no figurino; Karen Akerman assina a montagem; e Edson Secco, a edição de som e a música original. A fotografia é de Lucas Barbi, com quem Safadi já havia trabalhado antes.
“Em LILITH, eu precisava filmar em uma locação que ilustrasse o Éden, o paraíso, com 360 graus de natureza e abundância. Esta paisagem, eu a encontrei no alto de uma cadeia de montanhas de difícil acesso. O filme tem metade de suas cenas passadas à noite e eu não teria orçamento para levar um parque de luz para o alto dessas montanhas. Com isso, eu convidei o Lucas, pois precisava de um fotógrafo talentoso, corajoso, com cabeça aberta e muita liberdade criativa. Decidimos filmar todas as cenas noturnas em noite americana, que é a feitura da noite durante o dia. Com isso, filmamos o longa-metragem inteiro sem usar um refletor”, explica o diretor.
LILITH será lançado no Brasil pela Pandora Filmes.