É um filme que faz o público a todo momento se questionar se tudo aquilo que está sendo mostrado é uma pura zombada sobre os ativistas ou se ele realmente está se levando a sério, e esse é seu principal problema. Ele retrata aqueles jovens de uma maneira tão porca e contrário ao simples carisma que dado algum momento é normal você acabar torcendo para o lado do vilão de Hora do Massacre. Um grupo de jovens ativistas decide fazer uma declaração ambiental ao vandalizar uma superloja de móveis. Mas o plano deles dá errado quando ficam presos lá dentro e precisam enfrentar um guarda de segurança enlouquecido com uma terrível fixação pela caça primitiva.
O longa se inicia com os jovens já se adentrando na superloja para realizar seu protesto. E não acho de um mal já começar direto no objetivo, sermos jogados para aquela missão, com um início bastante parecido com o jogo “Watch Dogs” por conta das máscaras e pegada de geração Z. O problema é o filme não se decidir quanto sua mensagem, ele não se aprofunda em sua ideia ativista e nos momentos de demonstração do mesmo beira a vergonha alheia, exemplo disso é a cena onde uma das personagens expõe o fato de que seu pai era marceneiro e teve que fechar sua loja por conta de corporações como aquela. É algo tão mal escrito e expositivo, passa a sensação de que no meio daquele massacre o roteirista lembrou de que precisava falar de política. Aliás, algo que o filme não decide, ele beira a vergonha quanto a política, mas também é pouco criativo em seu Thriller.
E o que resta de bom no filme é acompanhar as mortes, tirar algum entretenimento da situação. Esses lampejos de caça demonstrados pelo segurança, vilão do filme, ao usar de sua criatividade e experiência para punir aqueles jovens. A direção pouco se aproveita do ambiente, porém a brutalidade até que convence e agrada no quesito de realismo. Mas acaba sendo um contraponto para o filme, já que ele procura criticar essa sociedade, mas ao mesmo tempo se excita com ela. Confuso.
Hora do Massacre é um longa esquecível e problemático. Ele procura construir uma crítica e alegoria com toda essa situação política do mundo, mas falha ao se perder na estupidez de seus personagens, diálogos questionáveis e um tom pra lá de esquisito. A cereja do bolo é a cena final onde o filme tenta dar uma de espertinho, mas o que retrata é mais uma prova de algo que ele não conseguiu desenvolver em seus longos 90 minutos.