É um filme que não foge do outros que o diretor já apresentou em sua filmografia. Apesar de estar entrando em alguma obras com tom experimental ou comentários metalinguísticos sobre o cinema, tal qual, Na Água ou O Filme da Escritora, o diretor Hong Song- Soo permanece encantando com seus ricos diálogos e um domínio sobre o cotidiano de seus personagens.
Uma professora chamada Jeonim pede ao tio para dirigir uma esquete teatral que será apresentada pelo departamento da universidade onde ela leciona. Todos os dias, Jeonim vai até um riacho próximo para fazer esboços e tentar compreender os padrões do fluxo de água. Seu tio aceita assumir o espetáculo por causa das lembranças de já ter dirigido uma dramatização assim na mesma universidade, 40 anos atrás.
É um filme talvez bem seguro do diretor, não muito diferente do que ele já apresentou, porém consegue trazer muitos comentários sobre relações, sentimentos e criatividade. Ele une essa parceria entre a professora e seu tio e constrói uma reaproximação dos dois enquanto conhecem novas pessoas também. Vamos acompanhar longos momentos típicos do cineasta para descobrir mais sobre aquelas pessoas acompanhados de muita bebida e comidas deliciosas.
O principal destaque fica para uma cena envolvendo o professor e suas alunas, em uma comemoração após a apresentação, no qual, todos se abrem sentimental mente entre si, contando seus anseios e quais tipos de pessoas gostariam de ser. É tão orgânico e sincero que emociona devido tanta honestidade e conforto transmitido pelos personagens. Sem dúvida, uma das melhores cenas de 2024.
Fora a parte poética, o diretor entrega muito humor, em destaque para o relacionamento entre o tio e uma professora amiga de sua sobrinha. É bastante peculiar e natural que encanta desde os pequenos comentários até os olhares. Através do Fluxo é mais uma exibição rica de um dos melhores cineastas da geração.