dom, 22 dezembro 2024

Crítica | The Surfer

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Nicolas Cage sempre foi conhecido por tomar a atenção como foco em diversos filmes de sua carreira. E em The Surfer não é diferente, o filme cria essa maluquice em escala para abordar um homem cujo único objetivo é surfar com seu filho em sua praia de infância. Ele vai sofrer fisicamente e mentalmente para alcançar esse objetivo, e o diretor vai te convidar para embarcar nesse jornada.

O filme se utiliza dessa loucura para retratar toda essa masculinidade tóxica e imprudente, uma forma de ridicularizar essa ideia de sofrer para ganhar. Se utiliza daquela gangue da praia para retratar até mesmo ideias atuais de Coach e uma formação de “seita” masculina, todo o trabalho do líder remete muito essa ideia.

E o personagem de Cage, aliás sem nome durante todo o filme, funciona nessa busca incessante de querer surfar com seu filho naquela praia tão querida de sua infância. Para isso, ele vai enfrentar todos o tipo de problema, desde o intenso calor, dificuldade com dinheiro, fome e preconceito(apesar de ter nascido ali) e até nojeiras bizarras durante o longa. Ele vai funcionar numa mecânica bem parecida daqueles filmes de lugar único, aqui não diferente, intercalando entre o estacionamento, praia e colinas.

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O filme vai escalando essa loucura, tirando tudo de nosso protagonista, e o fazendo questionar o que é real ou não. Por conta do sol, o surfista vai começar a ter alucinações e vai fazer seu público questionar até mesmo a índole de nosso protagonista e sua história. Ele vai ficar nesse círculo de loucura por um tempo considerável, talvez incomodando alguns pela repetição de seus atos, um esgotamento pode ser sentido depois da primeira hora.

E Nicolas Cage está a vontade com tudo isso, em diversos momentos remetendo papéis conhecidos de sua carreira, sejam os bons ou ruins, mas entregando aqui algo interessante e ligado com a proposta do diretor. Sua transformação física, desde o cabelo, barba, roupa desarrumada, dá pra sentir um fedor vindo do personagem ao ter que se submeter com certas coisas para sobreviver em meio aquela doideira. Seu principal destaque é a cena de raiva máxima ao confrontar um dos surfistas e literalmente colocar um rato em sua boca. Insano.

The Surfer não tem muito segredo, você precisa embarcar nessa jornada do diretor. Ele funciona ao circular o filme com seu principal ator e está disposto a trabalhar isso até o final. Mesmo que fique repetitivo uma hora ou outra, as lindas paisagens da Austrália justificam a boa escolha do local para retratar aquela comunidade bizarra e tão identificável pelos diversos motivos que a narrativa traz sobre a masculinidade tóxica.

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