ter, 14 janeiro 2025

Crítica | Maria Callas

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Entre nesse eixo dos outros dois filmes do diretor , Spencer e Jackie, em contar um recorte específico da personagem e ao mesmo tempo trabalhar diversos momentos da sua vida, mas também representar um vazio, principalmente na encenação de sua vida. E se tratando das últimas semanas da cantora, é algo bem monótono que vamos acompanhar, variando entre uma tentativa de recuperar sua voz e uma aceitação de seu fim.

Estrelado por Angelina Jolie como Maria Callas, o filme retrata a maior cantora de ópera do mundo, enquanto ela se retira para Paris depois de uma vida glamorosa e tumultuada aos olhos do público. O longa reimagina a lendária artista nos seus últimos dias, enquanto se confronta com a sua identidade e vida.

O mais interessante talvez seja esse aspecto de metalinguagem que o diretor propõe com sua personagem. Ele insere um personagem para representa-lo com a Artista em tela, para praticamente relevar todo o seu amor e motivação em conceber o filme. São passagens que excitam um tom de admiração e fuga da realidade, algo tão comum em seus últimos dias de vida, cercada por fantasmas do passado .

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Outra potência é o relacionamento da Maria com seus dois empregados: Ferruccio e Bruna. É uma relação de muita confiança e amor, mas também uma tensão envolvendo a saúde da cantora. A parte humorística fica por conta do trio e sua intimidade repleta de carisma e gentileza. Os momentos envolvendo os pedidos de Maria com o piano da casa e suas diferentes posições é um momento a parte ao longo do filme.

O longa conta também com parte envolvendo flashbacks, algo até inédito nas cinebiografias anteriores do cineasta. Revelam alguns pedaços de suas infância e seu relacionamento conturbado com Aristóteles Onassis, uma das partes menos interessantes do filme, mesmo que acompanhe um triângulo amoroso com Jackie, demonstra mais uma confusão com o resto da narrativa do que de fato uma adição considerável.

Ele vai trabalhar essa fragilidade da protagonista ao contar sua cinebiografia por meio de seu pior momento da vida, o diretor busca uma aproximação com o público por meio de sua busca quase impossível em voltar a cantar. Isso pode ser um problema devido ao tema bastante nichado, ópera, então fica em questão da atuação da Angelina em transparecer algum tipo de empatia com seu público. Isso vai variando bastante, em momentos de leveza e carisma isso acontece, porém quando é estabelecido algum sofrimento ou até mesmo o retrato de sua cantoria é algo mal planejado, a dublagem de sua cantoria é um trabalho fraco.

O principal ponto do diretor é trabalhar essa fragilidade dessas mulheres e problemas básicos de suas vidas em jornadas tão ricas e gigantes dentre a história da humanidade. Ele busca a humanização delas, o medo, as alegrias e tristezas da vida, mas muito orgulho e falta de coragem para buscar ajuda. Ao seu final, o que fica é uma mulher talentosíssima que em diversos meios da vida ela sofreu e foi diminuída, mas o diretor deixa claro que isso não afeta quem ela foi ou o que ela deixou de legado.

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