
Na véspera do Dia das Mulheres, “Virgínia e Adelaide”, filme inspirado nas primeiras psicanalistas do Brasil, ganha trailer oficial e confirma lançamento no dia 8 de maio. Dirigido pela dupla Yasmin Thayná, diretora estreante em longas-metragens, e Jorge Furtado, o filme acompanha o encontro entre Adelaide Koch e Virgínia Bicudo, nomes que marcaram a história da psicanálise no país. A produção é assinada pela Casa de Cinema de Porto Alegre, em coprodução da Globo Filmes e GloboNews, com distribuição da H2O Films.
Adelaide Koch foi uma psicanalista alemã judia, que se refugiou em São Paulo, em 1936, durante a perseguição nazista. A personagem foi interpretada por Sophie Charlotte. Nascida na Alemanha, a atriz resgatou suas próprias memórias de infância e, especialmente, de sua avó materna durante a preparação para o papel. Para a atriz, viver Adelaide foi “um mergulho profundo como atriz e como mulher.” Ela destaca o roteiro, escrito por Jorge Furtado, em colaboração com Yasmin Thayná. “Tão íntimo e interessante, onde cada palavra está ali porque precisa, porque ilumina conceitos, constrói a narrativa e os universos ocultos de cada uma das partes dessas mulheres. Sou absolutamente grata ao Jorge, Yasmin e Gabriela pela nossa jornada com o nosso filme.”, completa.
A atriz Gabriela Correa vive Virgínia Bicudo, pesquisadora negra que se tornou a primeira paciente de Adelaide e a primeira psicanalista do país, fato pouco lembrado de nossa história. “Muita gente nem imagina que a primeira psicanalista do Brasil foi uma mulher negra. Isso mostra o quanto sua vida e obra foram invisibilizadas.”, afirma a protagonista. “A carreira da Virgínia tem caráter inaugural em vários aspectos. Ela foi uma das primeiras mestres em Sociologia em São Paulo, integrou uma geração pioneira de mulheres que foram trabalhar fora, uma das primeiras professoras universitárias negras do Brasil, pioneira na reflexão das relações raciais. Ela realmente foi muito visionária.”, conclui Gabriela.
Virgínia e Adelaide se conheceram em 1937, no exato momento em que Getúlio Vargas decretava o Estado Novo. Ao longo de cinco anos de atendimento clínico, as duas construíram um forte laço, para além da relação paciente-psicanalista. Superando suas diferenças culturais e desafiando as barreiras de uma sociedade estruturalmente racista e machista, Virgínia e Adelaide se tornaram grandes amigas e atuaram juntas pela evolução dos estudos da psicanálise no país.
“Virgínia e Adelaide” teve sua primeira exibição no Festival de Gramado, com presença das protagonistas e dos diretores. Depois, também passou pelo Festival do Rio, pela Mostra de São Paulo e pela Mostra de Cinema Latino-Americano de Rio Grande.