ter, 18 março 2025

Crítica | Invencível 3ª Temporada

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Uma das maiores qualidades dos quadrinhos de Invencível que me mantiveram envolvida do começo ao fim foi seu ritmo. Mesmo após arcos monumentais que mudaram a direção da história, a trama seguinte começava com força total e permanecia envolvente. Com a segunda temporada, que podemos considerar de transição, houve uma queda de intensidade, o que gerou receios sobre o futuro da série. Felizmente, qualquer preocupação foi dissipada, pois a terceira temporada retorna com força total, trazendo episódios tão cativantes quanto o material original.

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A nova temporada mostra Mark Grayson (Steven Yeun) tentando reorganizar sua vida pessoal após os eventos anteriores. No entanto, ele não tem muito tempo para respirar, pois precisa lidar com novas ameaças que surgem tanto de antigos aliados quanto de inimigos do passado. Além disso, agora ele precisa cuidar do irmão mais novo, Oliver (Christian Convery), e dar novos passos em seu relacionamento com Eve (Gillian Jacobs), o que o sobrecarrega ainda mais. Essas múltiplas camadas de responsabilidades adicionam complexidade ao protagonista, tornando sua jornada ainda mais envolvente.

A maior mudança nesta temporada é a escolha de deixar de lado conflitos de grande escala, que ameaçam o universo, em favor de tramas mais pessoais. Isso resulta no retorno de diversos vilões das temporadas anteriores para assombrar Mark, enquanto os novos antagonistas estão profundamente ligados a eventos passados. Apesar do reaproveitamento de vários inimigos, há um equilíbrio interessante entre os desafios emocionais e os embates físicos. Ainda assim, a recorrência de personagens como os Gêmeos Mauler ou Doc Sísmico pode soar um pouco repetitiva, mesmo que cada nova aparição traga um ângulo diferente.

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Diferente da estrutura de “vilão da semana”, a terceira temporada de Invencível dedica mais tempo ao desenvolvimento de Mark, Eve, Rex e Oliver, aprofundando seus sentimentos diante dos acontecimentos recentes. A série sempre trabalhou bem personagens complexos e bem construídos, mas esta temporada investe ainda mais nesse aspecto. Embora isso faça com que alguns episódios tenham um ritmo mais lento, são exatamente esses momentos menores que fazem a diferença, reforçando a identidade única da animação e diferenciando-a de outras produções do gênero.

Mark, em especial, se beneficia desse maior foco no desenvolvimento dos personagens. Se antes ele parecia apenas um jovem tentando entender tudo ao seu redor, agora ele se torna mais assertivo e confiante. Além disso, ao explorar sua força viltrumita recém-descoberta, Mark protagoniza cenas ainda mais impactantes, deixando de ser apenas o heroi que apanha o tempo todo. Esse amadurecimento reflete diretamente em suas relações, principalmente com Oliver, pois ele sente o peso de ser uma figura de referência para o irmão e teme que ele siga o mesmo caminho de Nolan.

Outro grande mérito da terceira temporada é sua capacidade de expandir o universo da série sem perder o foco no que já foi estabelecido. Personagens coadjuvantes como Rex (Jason Mantzoukas) e Allen (Seth Rogen) voltam a ganhar destaque, trazendo novos conflitos que adicionam camadas à narrativa. Além disso, a série continua explorando as implicações da traição de Nolan (J.K. Simmons) e o impacto que isso teve na psique de Mark. O legado do viltrumita ainda paira sobre os personagens, e essa sombra constante serve como um dos principais motores da trama.

Se há uma crítica a ser feita à terceira temporada, é que os episódios não parecem estar construindo um grande clímax. Nas temporadas anteriores, desde o início ficava claro qual seria o grande conflito a ser enfrentado ao final. Aqui, isso não acontece. Fora algumas pequenas pistas sobre o que está por vir, ainda não se tem uma noção exata de como a temporada vai se encerrar. De um lado, isso é empolgante, pois mantém o mistério e a expectativa. Por outro, torna a série um pouco mais fragmentada do que antes.

No entanto, mesmo com essas pequenas ressalvas, Invencível reafirma sua posição como uma das melhores animações da atualidade. Embora esta temporada não tenha tantas cenas de ação grandiosas como as anteriores, ela compensa isso com um aprofundamento nos personagens e em suas relações. Em um momento em que o gênero de super-herois está saturado de histórias genéricas e fórmulas repetitivas (Olá, Marvel), a série de Robert Kirkman prova que ainda há espaço para narrativas mais densas e bem estruturadas. A decisão de focar no desenvolvimento dos personagens em vez de apostar apenas na grandiosidade das lutas pode render frutos a longo prazo, principalmente considerando que Kirkman já mencionou que a série pode ter até dez temporadas.

Se Invencível já era uma das séries mais elogiadas do gênero, essa nova temporada apenas reforça sua qualidade e diferenciação dentro do mercado. Poucas produções sabem equilibrar tão bem o crescimento de personagem e cenas de ação como essa, criando uma experiência rica para o público. A terceira temporada demonstra que a série encontrou seu ritmo ideal e tem fôlego para continuar entregando histórias cativantes por muitos anos.

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