qui, 20 março 2025

Crítica | Branca de Neve

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É sempre bom se atentar com os sinais externos ruins de uma produção, principalmente em Hollywood. Aqui, pelo fato de escolherem reproduzir os sete anões em CGI e com a utilização de um único ator já demonstra o quão problemático é esse remake. É um longa bastante sonolento disfarçado como uma “nova” representação de sua personagem e universo.

Nesta releitura da história atemporal, a encantadora Branca de Neve (Rachel Zegler) é ameaçada e precisa fugir de seu reino. Após percorrer a floresta encantada, ela encontra uma cabana onde vivem os amigáveis Dengoso, Mestre, Dunga, Zangado, Feliz, Soneca e Atchim, com quem ela passa a viver.

É chover no molhado usar o mesmo exemplo das outras produções para resumir esta nova adaptação de algum clássico da Disney. A falta de criatividade dos estúdios em criar algo novo e replicar basicamente a mesma história com alguns diferenciais, mas agora no formato Live Action. Fato é que desta vez a obra insere um passado com sua personagem e uma ligação direta com a vilã Rainha Má, colocando um peso maior na relevância da Branca de Neve e procura uma independência maior da personagem com suas ações.

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Mas de boa intenção o mundo está cheio. O problema é que o longa demonstra tanto desinteresse e funciona de modo tão automático, ao melhor estilo filme de estúdio, que as passagens se revelam mais cansativas do que algum adicional com a obra em si. A representação do mundo mágico parece uma caixa apertada, é tudo muito fechado, não valoriza o ambiente. A direção que fica por conta de Marc Webb, famoso pelos dois filmes do homem aranha de Andrew Garfield, no qual conseguia alguma criatividade visual em meio tanto caos na história, mas aqui é tudo quadrado, sem inspiração.

Até os números musicais estão sem inspiração, com exceção de um ou outro que acaba se salvando pelo esforço da Rachel Zegler e seu bom talento vocal. Inclusive a atriz tenta ao máximo extrair algum carisma que já demonstrou ter em obras como Jogos Vorazes e West Side Story, porém tudo é tão sonolento e automático que ela parece mais deslocada do que agregando.

Talvez o maior erro da nova adaptação seja sua escolha de Rainha Má. A atriz Gal Gadot não representa um terço do medo que a personagem causava na animação original. Aqui tudo é mais resumido em uma figura invejosa e mimada que brinca de causar opressão em seu reino. E a atuação casada com um roteiro fraco demonstra esse desserviço com a obra original. A falta de criatividade e preguiça dos estúdios resume grandes momentos do filme original em um cgi fraquíssimo e que desconecta o público da imersão imediatamente.

E quanto a questão dos Anões ou “Criaturas Mágicas” como a Disney usou para apelidar os clássicos personagens. A impressão que ficou após assistir o remake é que o problema externo envolvendo a não utilização de atores com nanismo é maior do o resultado final. Claro, é bastante esquisito assistir os personagens puramente CGI, por mais que tenha algum “esforço” na produção, porém é mais um adicional para o filme ser desinteressante.

De alguma forma, de algum jeito, esses Live Actions conseguem render algum retorno e justificativa para continuarem fazendo. A nostalgia que a Disney vende consegue um alcance com um público bastante fiel e ligado as recentes produções. Então mesmo com as polêmicas e má decisões, é uma onda que dificilmente está perto do fim e acabou contaminando outros estúdios, como por exemplo a adaptação Live Action de “Como Treinar seu Dragão”, uma obra com pouco mais de 10 anos irá ganhar um remake.

É de se notar alguma leve mudança quanto a personagem principal ou adição com este universo, mas no geral é uma grande reciclagem de um dos filmes mais importantes da história do estúdio. Não é tão ruim quanto aparentava nos materiais de divulgação, mas está longe de algo puramente bom. É uma representação nua e crua do estado atual de Hollywood e um conforto dos estúdios em apenas refazer o mesmo material que todo mundo já viu antes.

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