A série de animação Looney Tunes, produzida pela Warner Bros., surgiu para rivalizar com as animações da Disney na década de trinta. Cerca de 95 anos depois a franquia segue marcando gerações e conquistando fãs na TV (e nos streamings), porém as animações nunca tiveram chance de brilhar nos cinemas. Para nossa alegria, chegou nas telonas o primeiro longa em 2D, Looney Tunes – O Filme: O Dia Que A Terra Explodiu, uma produção que faz jus ao legado e as nossas memórias afetivas.
Os (acreditem) 11 roteiristas do filme, onde os mais conhecidos são Kevin Costello (Tom & Jerry) e Peter Browngardt (que também dirigiu o filme) conseguem em 90 minutos mostrar diversas características que consagraram a animação na TV. Então se prepare para ver muitas piadas físicas, muito humor nonsense e sacadas rápidas, além da loucura habitual que a produção consegue oferecer de modo natural. Elas são dos mais variados tipos e funcionam muito bem nesta narrativa que conta a história de como Gaguinho e Patolino se tornaram a única esperança da Terra. Eles descobrem um plano secreto de controle mental alienígena e diante de probabilidades cósmicas, eles devem salvar sua cidade e o mundo sem deixar um ao outro completamente maluco.
O roteiro consegue habilmente captar a essência dos personagens centrais e a relação entre eles, e esse fator acaba sendo o coração da história que possui uma trama que remete as ficções científicas dos anos 40. Mesmo que o filme, em alguns momentos pareça um episódio estendido, ele funciona bem com suas reviravoltas e conveniências narrativas (fato que o próprio filme aponta).
A direção de Browngard (Looney Tunes Cartoons) aposta numa estética dos anos 50 e atualiza os contornos dos personagens apresentando traços cartunescos pra lá de exagerados (o que é bom) e usa o 2D caraterístico da época, o que deve agradar aos fãs saudosistas da franquia. Diversos easter-eggs e personagens clássicos são vistos na trama de 90 minutos, que tem a velocidade de um videoclipe, devido a sua montagem dinâmica. Então preste atenção para pegar as participações especiais que são breves.
Por fim, a dublagem nacional dá mais uma vez show e as vozes de Márcio Simões (Aladdin) e Manolo Rey (Sonic: O Filme) evocam muito da nostalgia que o filme oferece, as adaptações do texto para a realidade brasileira tira muitas risadas do público e foi um grande acerto do filme.
Looney Tunes – O Filme: O Dia Que A Terra Explodiu é um filme que não se leva a sério, entretém e diverte sem medo de parecer bobo. As animações da franquia sempre tiveram essas características e elas nas telas do cinema evocam uma nostalgia que deveria estar mais presentes nos dias de hoje. Os fãs de animações agradecem. Isso é tudo pessoal!
