qui, 8 maio 2025

Crítica | Invencível

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Baseado no livro de memórias de Scott LeRette, publicado em 2014, o filme é um drama familiar em que o ator Zachary Levi finalmente interpreta um papel condizente com sua idade ao dar vida a Scott. Após se destacar em personagens mais juvenis em Shazam (2019) e Harold e o Lápis Mágico (2024), agora assume um papel mais maduro. Além disso, a produção reafirma, sem margem para dúvidas, o talento e a presença marcante de Meghann Fahy, fortalecendo ainda mais seu status de estrela ao interpretar Teresa. E embora Levi e Fahy não mostrem grande química como casal, isso se deve, em parte, à narrativa de seu romance apressado, que não proporciona tempo suficiente para que a conexão entre eles se desenvolva naturalmente.

Filmado no inverno de 2020, o filme originalmente tinha lançamento previsto para março de 2022. O motivo de sua longa permanência nas prateleiras da Lionsgate por três anos permanece um mistério. Agora, finalmente, a produção baseada na fé chega aos cinemas, trazendo a história da família LeRette e seus desafios particulares — senão únicos — ao criar Austin (Jacob Laval), um menino nascido com autismo e uma condição genética que causa fragilidade óssea.

Austin, apelidado de AuzMan, já teve mais ossos quebrados do que aniversários comemorados. É um falador incansável, que passa cada momento acordado com energia máxima e sem baixar o volume. Basta que, o futuro melhor amigo de seu irmão Logan (Gavin Warren), exclame “Eu quero a verdade!” para que AuzMan embarque em uma repetição incessante do discurso final do filme Questão de Honra (1992): “Você não consegue LIDAR com a verdade!”.

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O longa é dirigido e adaptado por Jon Gunn, cineasta conhecido por seu trabalho em filmes de temática religiosa baseados em histórias reais. Sua marca registrada são narrativas inspiradoras e acessíveis, que exploram como pessoas comuns superam desafios pessoais, muitas vezes com o apoio da fé ou da comunidade religiosa. Em vez de abordar eventos extraordinários ou chocantes, suas histórias são focadas no cotidiano e nas relações familiares — e Invencível segue exatamente essa proposta.

Gunn conduz o filme de maneira discreta e funcional, incorporando algumas escolhas estilísticas peculiares, como a contagem dos ossos quebrados exibida em uma fonte infantil e sequências animadas que ilustram a visão de mundo de Austin. Além disso, a narrativa recorre a diversos artifícios — como uma estrutura elíptica (em que partes da história são omitidas), narração em off feita por Austin e até mesmo a presença de um amigo imaginário, Joe (Drew Powell). Esses elementos exageradamente “fofos”, funcionam mais como tentativas de tornar uma história relativamente simples e previsível em algo que pareça mais envolvente do que realmente é.

Essa abordagem simplificada limita a profundidade da narrativa, deixando pouco espaço para explorar a realidade dos desafios enfrentados ou as complexas dimensões emocionais e psicológicas que acompanham a doença dos ossos de vidro e o autismo.

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O filme dedica grande parte de sua trama ao consumo excessivo de álcool por Scott, que tenta lidar com os desafios médicos e a personalidade vibrante de Austin. Embora Austin seja o protagonista, sua trajetória pessoal acaba sendo ofuscada pela jornada emocional de Scott. No desfecho, Scott aprende a “ser como Austin”, adotando uma perspectiva mais presente e despreocupada sobre a vida. No entanto, essa mudança foca mais na evolução de Scott do que na vivência de Austin, transformando o jovem em um simples impulsionador da transformação do pai.

O filme destaca a fé como um suporte essencial para a família, mas não deixa claro o grau de envolvimento de profissionais ou recursos médicos ao longo de sua jornada. Os inúmeros desafios médicos enfrentados desde o nascimento de Austin, assim como a família inesperada que se formou ao seu redor, só podem ser superados por meio de adaptações contínuas, tropeços inevitáveis, alguns ultimatos ocasionais, um sorriso e uma dose de reflexão.

No fim das contas, Invencível, apesar de possuir algumas incongruências, é um drama emotivo e calculado que, em vez de sobrecarregar o público com uma sucessão de desafios e reviravoltas intensas, opta por introduzi-los de forma suave e envolvente, conduzindo a narrativa com um toque delicado para garantir a conexão emocional do público. E por ser baseado em fatos reais, vemos atualizações e fotos da família ao longo dos créditos finais.

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