sex, 11 julho 2025

Crítica | Vemiglio

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Vermiglio fez sua estreia em 2024 na competição oficial do festival de Veneza, do qual saiu vencedor do prêmio especial do júri. Durante a temporada de premiações foi escolhido como representante da Itália na corrida para filme internacional no Oscar. O filme chegou aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, dia 10 de julho.

Durante a Segunda Guerra Mundial, na pequena cidade montanhosa de Vermiglio, dois soldados desertores chegam no pacato vilarejo e bagunçam a rotina dos moradores locais, que debatem se seria ético ou não lhes conceder abrigo após a deserção. Após se alojarem com os locais, um dos soldados, Pietro, se apaixona por Lucia, uma das muitas filhas de um dos casais mais influentes do povoado.

Ainda que Lucia seja o principal foco do filme, a diretora, Maura Delpero, demonstra interesse em todas as filhas e também na mãe, retratando a realidade de diferentes mulheres naquela sociedade isolada, com valores patriarcais. Em menos de duas horas de duração, a trama não consegue dedicar tempo suficiente para todas suas personagens e algumas acabam reduzidas a estereótipos, o que de certa forma até funciona dentro da ótica do filme, já que aquela estrutura social não permitia a plena exploração das personalidades femininas.

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Nesse emaranhado de histórias, algumas personagens acabam sendo escanteadas, por infortuno isso atinge principalmente a irmã mais interessante, Virginia, a jovem que foge para os estábulos, onde longe dos olhares julgadores explora seus desejos considerados demasiadamente rebeldes para os padrões de comportamento da época. Essas cenas, apesar de fugazes, são o charme de um filme que não as dá o devido valor.

Apesar de tentar dar conta de muitas narrativas e subtramas, o filme nunca chega a ser apressado ou convoluto, pelo contrário, seu ritmo é lento e comedido, com longos momentos em que somos convidados a ouvir os sons da natureza e sentir a ambiência do lugar, sem que haja pressa para contar ou concluir uma história, apenas transmitindo a sensação de acompanhar a rotina daquelas pessoas. Para o olhar afobado, pode gerar um sentimento de que nada está acontecendo, o que não poderia ser menos verdade, as coisas acontecem de forma desacelerada, como um reflexo da vida pacata em Vermiglio.

Sensorialmente o filme é gostoso de acompanhar, graças ao competente trabalho de som e as bonitas paisagens do local, ainda que a narrativa principal não seja particularmente intrigante.

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Raíssa Sanches
Raíssa Sancheshttp://estacaonerd.com
Formada em direito e apaixonada por cinema
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