qui, 17 julho 2025

Crítica | Y2K: O Bug do Milênio

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Em Y2K: O Bug do Milênio (Y2K) dois amigos adolescentes invadem uma festa da véspera de Ano Novo de 1999 para o ano 2000. À meia-noite, o temido Bug do Milênio se materializa, desencadeando uma rebelião tecnológica que ameaça suas famílias, cidades e o planeta inteiro.

A forma como chegou à beira do esgotamento a tal popularidade de produções voltadas para o apelo nostálgico e o resgate de memórias que, até certo ponto, chega a ser funcional (mas quando realizado com sabedoria e sem a interrupção criativa provocada por clichês), deixou de ser novidade há tempos. Ainda assim, a renomada A24 optou por investir em um não muito ambicioso projeto ambientado no histórico período da mudança para o novo milênio e suas lendas urbanas sobre o apocalipse e rebeliões de máquinas, denominado Y2K: O Bug do Milênio.

Vale frisar para a Geração Z que a sigla Y2K, além de significar “Year 2000” e o “Problema YK2” que foi caracterizado como o medo generalizado pela humanidade durante a mudança do milênio – onde se acreditava em diversos problemas de leituras de computadores, capazes de ocasionar tragédias ou até umas suposta rebelião das máquinas – também se tornou a tendência de arte, moda e estilo de vida voltada para homenagear a década retrasada. Tendo em mãos um bom tempero para dar características no mínimo elegantes para a obra, a produção da A24 pareceu acreditar que o público se contentaria com simples figurinos, efeitos sonoros de internet discada, páginas de website animadas e aparelhos eletrônicos que remetem à época, esquecidos em uma narrativa que igualmente parece esquecer de se associar com naturalidade ao final da década de 1990 e início dos anos 2000.

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Imagem: Prime Vídeo
Imagem: Prime Video

A tamanha artificialidade presente em Y2K é incomoda e torna o filme um mero resultado de uma tentativa frustrada de reproduzir uma comédia adolescente com toques de mistério do final dos anos 90, tal como The Faculty (Robert Rodriguez, 1998) e Go (Doug Liman, 1999). Estreando aqui como diretor, Kyle Mooney (que também atua no filme como, Garret, o dono chapado de uma videolocadora) tem aparentes boas intenções na abordagem de subgênero a que valorizavam os filmes adolescentes noventista, mas parece perdido ao encontrar um tom assertivo para Y2K dentro da ideia de comédia teen amalgamada a ficção-científica. A reunião de elementos de filmes apocalípticos e comédias besteirol acaba se tornando massiva e irregular em diversos momentos, comprometendo o entretenimento, que já é falho devido a escassez de roteiro pobre em conteúdo e piadas (assinado pelo próprio Mooney, em parceria com Evan Winter). Há raros momentos em que a violência gráfica se sobressai, graças aos efeitos visuais práticos e até a um leve suspense gerado em meio ao cenário caótico do ataque das máquinas contra a humanidade, que poderiam ser mais escrachados e não ter medo de se caracterizar com um tom mais voltado para a paródia ou o humor ácido.

Com bons nomes no elenco, como Rachel Zegler (Amor, Sublime Amor), Jaeden Martell (IT: A Coisa) e Julian Dennison (Como Treinar O Seu Dragão), Y2K: O Bug do Milênio, por outro lado, desperdiça grandes talentos em personagens medíocres, desperdiçando potenciais e eliminando aqueles que poderiam, ao menos, entregar um alívio cômico verdadeiro para a trama. O longa também conta Lachlan Watson e uma inusitada participação de Fred Dust (vocalista do Limp Bizkit) interpretando a si próprio em momentos que apelam para o cômico e o saudosismo.

Anti-climático, desinteressante e desperdiçado, Y2K: O Bug do Milênio poderia ter sido uma divertida aventura cômica de horror com máquinas assassinas se tivesse abraçado uma paródia com toques assertivos de nostalgia, em vez de parecer uma produção desesperada por atenção que acaba de tornando puro pastiche.

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