dom, 20 julho 2025

O Brilho do Diamante Secreto – Crítica

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A dupla de franceses, Hélène Cattet e Bruno Forzani, responsável por filmes como O Cadáver Bronzeado e Amer, voltou a se reunir na direção de O Brilho do Diamante Secreto, o longa estreou na competição oficial da Berlinale desse ano e chegou nos cinemas brasileiros no dia 17 de julho.

A história segue um ex-espião vivendo em um hotel de luxo na Costa Azul. Quando a mulher misteriosa do quarto ao lado desaparece, ele é confrontado pelos amores e demônios de um passado que ainda o assombra, mergulhando-o num mar de paranoia e erotismo, no qual memórias e fantasias se misturam.

O filme é uma clara referência à franquia 007, em especial os primeiros filmes estrelados por Sean Connery, mas também às demais obras do subgênero Eurospy. O protagonista, vivido por Fabio Testi e Yannick Renier, reforça essa homenagem tanto pelas suas vestimentas elegantes, quanto pela sua postura e forma de agir, inclusive se portando como essa figura sedutora.

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O filme se preocupa menos em ser uma clássica histórica de espionagem e mais em se consolidar como uma experiência sensorial, com uma narrativa não-linear – que chega a se tornar confusa, por vezes – o que se sobressai na obra é o poder das imagens estilizadas combinadas com um marcante trabalho de som.

Tudo é propositalmente extravagante e cartunesco, reforçando o estilo próprio da obra, misturando referências visuais dos gialli – sempre muito utilizadas pela dupla – com as das histórias em quadrinhos. O exagero audiovisual chama mais atenção para si do que a narrativa de fato, em um emaranhado de ideias abordadas em diferentes estilos, explorando muito do cinema em apenas alguns minutos. A dupla de diretores se preocupa mais em transmitir sensações através da tela, do que contar uma história no sentido tradicional da palavra.

Ao abandonar qualquer resquício de realismo, eles abrem a possibilidade de explorar mais profundamente o sensorial do lúdico, aludindo a essa ideia de confusão experienciada pelo personagem principal. Cada segmento do filme funciona por si só, nem sempre parecendo ter uma relação direta com as cenas anteriores ou com as que virão. Ainda que no final, todas essas ideias façam parte de uma mesma teia de acontecimentos, elas têm valor por conta própria.

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Chama atenção a beleza de cada plano feito com o carinho de quem entende sobre sua composição e pensa na construção da imagem cinematográfica. É sobre como se filma, não sobre o que se conta. É sobre emoções sensoriais e não sobre o enredo. No final das contas, o próprio filme deixa claro que é sobre cinema.

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Raíssa Sanches
Raíssa Sancheshttp://estacaonerd.com
Formada em direito e apaixonada por cinema
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