[s3r star=4.5/5]
Capitão América: Guerra Civil é um filme que tem a missão de adaptar um aclamado título dos quadrinhos para o universo cinematográfico da Marvel. Assim como nas páginas dessa HQ, o longa metragem levanta questões como os direitos e deveres dos super-heróis diante a sociedade e se as implicações e consequências de seus heroísmos devem ser de total responsabilidade própria.
O filme tem como base os acontecimentos nos últimos longas produzidos pela Marvel, principalmente, Vingadores, Vingadores: Era de Ultron e Capitão América: Soldado Invernal. As catástrofes que acontecem nas produções anteriores são usadas como um dos impulsos para que o tratado de Sokovia seja imposto aos heróis, desse modo propondo uma jurisdição e regulamentação por parte do governo, com os seres dotados de habilidades especiais. Nesse ponto do filme ocorre a divergência de opiniões entre Tony Stark (Robert Downey Jr.) que carrega um sentimento de culpa pelas vidas perdidas durante as batalhas travadas pelos Vingadores e é a favor da regulamentação imposta pelo governo, e Steve Rogers (Chris Evans) que tem a ideia de que uma jurisdição para os heróis só traria malefícios tanto a sociedade quanto a sua equipe, ambas as implicações culminam na grande batalha que é ambientada no filme.
O longa é repleto de cenas de ação muito bem elaboradas, assim como em Capitão América: Soldado Invernal, isso graças aos Irmãos Russo que sabem mostrar o que queremos ver em lutas sem ou com pouco CGI. Os diálogos são bem explicativos e curtos, geralmente as coisas são esclarecidas com poucas palavras ou com apresentações rápidas, deixando o filme mais dinâmico e com minímas pausas. O ponto alto do filme são os novos heróis como Pantera Negra ,que foi interpretado pelo ator Chadwick Boseman, e que realmente se mostrou um excelente T’Challa com direito a sotaque e tudo. Outro personagem que foi apresentado de uma maneira muito boa (mas fez apenas uma participação) foi o Homem Aranha de Tom Holland, com certeza as cenas com o Aranha foram as mais engraçadas. Só é uma pena que ele apareça apenas no seu filme solo com a Marvel, seria uma boa ver o personagem em mais filmes e com participações maiores.
Por enquanto tudo está indo bem, mas infelizmente alguns pontos do filme deixam a desejar. E o vilão é um desses pontos já que o Barão Zemo (Daniel Brühl) do filme não se parece nem um pouco com o dos quadrinhos, e sua motivação é muito pequena se comparada com os quadrinhos do Capitão, alguns furos no roteiro são feitos principalmente com a aparição do vilão, que poderia ser perfeitamente retirado da história. O general Ross, que é interpretado pelo ator William Hurt, tem pouco tempo de tela, e quando ele aparece geralmente está dando ordens para um Tony Stark apático e completamente diferente do que estamos acostumados a ver.
Por fim, é QUASE impossível não comparar as duas últimas adaptações de super-heróis dos quadrinhos para os cinemas. Enquanto a DC perdeu a mão na adaptação de Batman vs Superman, errando em diversos pontos, entre eles: Introduzir os personagens com quase total potencial de poderes, mostrar cenas desconexas e deixar a plateia perdida em meio a tantas referências e o pior, não saber dosar entre ação, suspense e comédia na medida certa, os irmãos Russo demonstraram com maestria como um filme de super-herói deve ser feito, elevando a ideia do conflito para um nível muito superior ao que foi apresentado na adaptação da DC, mostrando que a Marvel continua soberana no quesito cinema, mostrando que o céu não é o limite, pois Capitão América: Guerra Civil deixou o cenário perfeito para as próximas aventuras dos Vingadores nos cinemas: Vingadores 3: Guerra Infinita – Parte 1 (2018) e Vingadores 3: Guerra Infinita – Parte 2 (2019).