Um dos biógrafos mais relevantes em atividade, Walter Isaacson prefere se debruçar sobre a vida de quem é capaz de usar seu imenso potencial criativo para mudar o mundo. Movido por uma curiosidade incansável, o autor focou as trajetórias de gênios como Leonardo da Vinci, Albert Einstein e Steve Jobs, cujas descobertas impactaram a humanidade de formas jamais vistas e foram capazes de mudar o curso da história. Em seu novo livro, A decodificadora, que a Intrínseca lança no Brasil em março, Isaacson narra a história de Jennifer Doudna, uma cientista com imenso protagonismo nas pesquisas que hoje são o divisor de águas na promoção de uma verdadeira “revolução biológica”.
Vencedora do prêmio Nobel de Química de 2020, junto com a francesa Emmanuelle Charpentier, Doudna está na linha de frente da descoberta da técnica conhecida como CRISPR, que abriu caminho para a revolução da edição dos genes e certamente determinará o futuro da espécie humana. O método se baseia nas defesas desenvolvidas por bactérias em suas batalhas ancentrais contra diferentes ataques promovidos por vírus invasores. Marco inicial de uma era de inovações biológicas com alcance inimaginável, a descoberta tem o potencial de curar doenças e controlar futuras pandemias por nos tornar menos suscetíveis a infecções virais.
Mas o CRISPR também dá margem a um sério debate em torno dos limites éticos para sua utilização, já que permite manipular os genes e interferir na evolução. Devemos, por exemplo, tolerar que o poder aquisitivo dê aos pais a chance de modificar características como a altura, a estrutura muscular ou o QI de seus filhos? Esse poder de escolha colocaria em xeque a diversidade humana?
Quando Jennifer Doudna ainda cursava a sexta série, encontrou em sua cama um exemplar de A dupla hélice, de James Watson, deixado por seu pai. Avançando pelas páginas, Doudna ficou fascinada com os bastidores da competição científica pela descoberta dos tijolinhos que constroem a vida. Motivada pela paixão de entender o funcionamento da natureza e por transformar descobertas em invenções práticas, ela ajudaria a alcançar um marco que o próprio James Watson, um dos descobridores da estrutura do DNA, classificara como o próximo avanço científico mais importante da biologia. A descoberta do CRISPR e o flagelo da Covid-19 certamente aceleraram nossa transição para a terceira grande revolução da modernidade.
“A história do CRISPR tem um apelo óbvio para Walter Isaacson, biógrafo de Albert Einstein, Benjamin Franklin, Steve Jobs e Leonardo da Vinci. Em A decodificadora, ele revisita diversos temas com que já havia trabalhado ─ ciência, genialidade, experimentação, código, pessoas que pensam diferente ─ e pela primeira vez dedica um livro inteiro a um personagem feminino. Jennifer Doudna, uma verdadeira heroína de nossos tempos.”
− Dava Sobel, The New York Times
“Este trabalho essencial e impactante, escrito nos moldes de A dupla hélice, nos possibilita não só acompanhar a trajetória de uma cientista brilhante e inspirada enquanto se dedica a uma corrida cometitiva e dura, mas também vivenciar as maravilhas da natureza e as alegrias de uma descoberta.”
− Doris KearnsGoodwin,autora de Lincoln e Liderança em tempos de crise