
A MELHOR MÃE DO MUNDO, novo filme de Anna Muylaert estrelado por Shirley Cruz, chega aos cinemas em agosto deste ano trazendo à tona a força da maternidade para as telonas. Com distribuição da +Galeria, coprodução da +Galeria e do grupo Telefilms, e produção da Biônica Filmes, o filme tem conquistado o público e a crítica em importantes festivais e desponta como um dos favoritos a representar o Brasil no Oscar.
No centro da história está Gal (Shirley Cruz), uma mulher que trabalha como catadora de materiais recicláveis e luta para escapar da violência doméstica imposta por seu marido, Leandro (Seu Jorge). Com uma força impressionante e um amor incondicional, ela parte com seus filhos, Rihanna (Rihanna Barbosa) e Benin (Benin Ayo), em uma jornada cheia de obstáculos e perigos pelas ruas de São Paulo. O que poderia ser uma fuga desesperada se transforma, ao longo da trama, em uma verdadeira aventura, onde a coragem e o desejo de proteger a inocência das crianças são os motores de sua resistência.
Para a atriz Shirley Cruz, sua personagem será eternizada como uma mãe emblemática: “Para mim, a coisa mais bonita de ser uma mãe de Anna Muylaert é ser eternizada como tal. Não morro mais, todas as vezes que derem o play lá eu estarei como atriz, mulher e mãe.”, relata ela, “Mãe que sou, que amor ser. Uma mãe preta e apaixonada como a Gal, e a força é o meu maior elo com essa personagem”
A história de Gal é um reflexo de uma realidade que, infelizmente, ainda é muito presente no Brasil e no mundo: a luta pela sobrevivência em um cenário de extrema vulnerabilidade social, onde as mulheres, muitas vezes, precisam tomar decisões difíceis para proteger os filhos. A obra se desenrola de forma comovente, explorando os sacrifícios físicos e emocionais que uma mãe enfrenta para garantir o bem-estar de seus filhos, tudo isso sem perder de vista o amor imenso que nutre por eles.
Anna Muylaert, ao longo de sua carreira, tem abordado a maternidade sob diversas perspectivas, sempre levantando questões pertinentes. Em “Que Horas Ela Volta?” (2015), a maternidade é refletida nas tensões de classe, com a protagonista Val (Regina Casé) sendo uma empregada doméstica que, enquanto mãe, se vê aprisionada pelas limitações sociais, desejando um futuro melhor para sua filha. Em “Durval Discos” (2002), a maternidade se manifesta com a relação simbiótica entre Durval e sua mãe, Dona Eulália, sendo marcada pela solidão e dependência emocional, refletindo como a maternidade também pode trazer um peso existencial.
A MELHOR MÃE DO MUNDO não é apenas um filme sobre a maternidade, mas um retrato vívido e sensível das dificuldades das mulheres em se ajustar às dificuldades que lhes são impostas, trazendo à tona a maternidade como força primitiva e heroica, capaz de ultrapassar limites em nome do bem-estar dos filhos. Com este filme, Muylaert reforça seu compromisso com a representação da maternidade no cinema, mostrando suas diversas formas e desafios, sempre em sintonia com a realidade das mulheres e suas lutas cotidianas.