sex, 26 abril 2024

A Morte Habita à Noite | Filme de Eduardo Morotó, ganha data de estreia; Confira!

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Diretor de curtas premiados, como “Todos esses dias que somos estrangeiros” e “Eu nunca deveria ter voltado”, Eduardo Morotó dirige seu primeiro longa A MORTE HABITA À NOITE, exibido nos Festivais de Roterdã, do Rio e Internacional del Nuevo Cine Americano Havana. Com distribuição da Vitrine Filmes, chega aos cinemas do país em 15 de dezembro. A produção é assinada por Enquadramento Produções e Plano 9, em coprodução com Baraúna Filmes.

Para criar a história de Raul (Roney Villela, que por sua atuação levou os prêmios de Melhor Ator nos festivais Cine Ceará, Santa Maria da Feira, Inffinito e Cine Pedra Azul), um homem de 50 anos alcóolatra e desempregado, Morotó, que também assina o roteiro, buscou inspiração na literatura.

Situado em Recife, e narrado como uma crônica, o filme transita entre o amor e a morte, além de ser marcado por uma grande melancolia urbana com personagens que habitam a marginalidade local. Após presenciar um suicídio, de sua janela, e ser abandonado pela mulher (Mariana Nunes) que ama, Raul vaga pela cidade em busca de amor embalado por uma solidão que marca sua própria identidade.

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Suas personagens vivem no exílio da miséria e eu queria colocar o espectador dentro desses cenários em estado de ruínas. Diante disso, em primeiro lugar, o filme tem a dizer que o cotidiano sombrio o qual retrata não é uma fantasia, é a realidade de milhões de brasileiros que vivem na extrema pobreza. Além disso acredito que ele desperta um sentimento de reconhecimento e compaixão entre/perante essas figuras e também dialoga com a decadência de uma certa masculinidade e sua necessidade de transformação”, afirma Morotó.

A estreante Endi Vasconcelos aponta que sua personagem foi uma alegria e um desafio, para ela, como atriz. “Ela é uma alma perdida que não se encaixa nesse mundo, por isso o encontro com Raul é bonito. Ela o faz resignificar a morte e o amor.

Ainda na faculdade de cinema, o diretor adaptou um conto do escritor Charles Bukowski, A mulher mais linda da cidade, que se tornou o curta “Quando morremos à noite”, de 2011. “O longa acabou sendo uma consequência dessa obra, na qual o meu maior interesse estava na dinâmica dramatúrgica do conto, repleto de jogo de cena entre duas personagens, diálogos e situações cortantes, o que atendia o meu desejo de aprofundar-me na direção de atores. Além de enxergar naquele universo uma dimensão humana de confissão, de sentimentos inatos entre personagens fora dos modos sociais mais convencionais e inseridos num mundo de escassez”, explica.

A relação de amizade construída com Villela no curta foi um dos pontos que influenciou o cineasta a fazer A MORTE HABITA À NOITE. Morotó define a produção do curta como muito intensa, e aponta o excelente trabalho da equipe. Trabalhar com parte desse grupo novamente, confessa, lhe dava segurança para seu primeiro longa.

A atriz Rita Carelli, por sua vez, destaca o peso de sua personagem dentro do longa. “Coube à minha personagem, na fronteira entre a morte e a vida, revelar o poeta enrustido no personagem bukoviskiano que protagoniza esse filme.”

Em sua equipe artística, o filme traz Marcelo Martins Santiago (Todos esses dias que somos estrangeiros), na direção de fotografia. A montagem é assinada por Frederico Benevides (Chão); a direção de arte é de Júnior Paixão (Solteira Quase Surtando); e a trilha sonora é assinada por Pedro Gracindo (Ao Final da Conversa, Eles se Despedem com um Abraço). Leonardo Mecchi, Mannu Costa e Henrique Spencer, assinam a produção do filme.

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A MORTE HABITA À NOITE será lançado no Brasil pela Vitrine Filmes.

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Hiccaro Rodrigues
Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: [email protected]