A cineasta gaúcha Cristiane Oliveira acaba de filmar seu terceiro longa-metragem, ATÉ QUE A MÚSICA PARE, cujo roteiro foi um dos dez selecionados em meio a mais de 500 inscrições para o laboratório de roteiros do Festival de Berlim, o Talents Script Station. A produção é de Aletéia Selonk, da Okna Produções, que foi responsável também pelos outros dois filmes da diretora, os premiados “Mulher do Pai” (disponível na Apple TV e no canal da Okna no Vimeo) e “A Primeira Morte de Joana” (selecionado para mais de 40 festivais e premiado em Gramado com três Kikitos, inclusive o do júri da crítica).
O filme é protagonizado por Cibele Tedesco e Hugo Lorensatti, ambos do renomado grupo teatral Miseri Coloni, de Caxias do Sul (RS). A filmagem ocorreu em setembro, em três cidades da Serra Gaúcha: Antônio Prado, Veranópolis e Nova Bassano.
Ao centro da trama está o casal Alfredo e Chiara. Obrigada a encarar a solidão depois que o último filho sai de casa, ela decide acompanhar o marido nas viagens dele como vendedor pelos botecos da serra. A confiança de mais de 50 anos de casados se quebra quando Chiara conhece a vida que Alfredo leva na estrada e ele descobre que algo mais a perturba.
“Conflitos familiares contemporâneos que o filme aborda se radicalizaram ao nosso redor enquanto fazíamos o filme, o que tornou toda ficção mais palpável. Aprendi muito com os atores. Hugo, por exemplo, atua em teatro desde os anos 1980 num grupo foi fundamental para despertar a consciência da população local sobre a ditadura.”
Cristiane explica que o luto, um tema já presente em seus filmes anteriores, aqui se apresenta por outra perspectiva. “O extremismo nas visões políticas e religiosas gera a sensação de que perdemos amigos queridos, ainda em vida, para manipulações orquestradas pelo ódio. E nossa busca ao longo da construção do filme refletia muito sobre quais são as palavras que fazem com que você desista de alguém que você ama. Qual é o seu limite de tolerância?”
Em sua equipe, ATÉ QUE A MÚSICA PARE conta com Julia Zakia (“Periscópio”), na direção de fotografia; Adriana Nascimento Borba (“Mulher do Pai”) assina a direção de arte; e a montagem é de Tula Anagnostopoulos, premiada em Gramado 2021 por “A Primeira Morte de Joana”.
Além de Cibele Tedesco e Hugo Lorensatti, o elenco do longa inclui Elisa Volpatto (da série “Bom Dia, Verônica”), o ator italiano Nicolas Vaporidis (“Todo o Dinheiro do Mundo”, de Ridley Scott) e reconhecidos talentos locais.
Na equipe italiana, capitaneada pelo produtor Emanuele Nespeca (“Il Futuro”), da Solaria Films, há ainda a dupla responsável pela pós-produção de som, Gianfranco Tortora (“Uma Questão Pessoal”) e Massimo Filippini (“O Mistério de Silver Lake”), bem como a compositora Ginevra Nervi (“Non Odiare”).
ATÉ QUE A MÚSICA PARE é uma produção da Okna Produções, empresa baseada em Porto Alegre com destacada trajetória no mercado nacional e internacional de filmes e séries de TV, em coprodução com a italiana Solaria Films. O longa, que se encontra em fase de montagem, tem distribuição no Brasil assegurada pela Pandora Filmes, uma das mais tradicionais distribuidoras do país.
Vencedor do prêmio para projetos com potencial de coprodução do edital Brasil-Itália (2016), promovido em conjunto pela ANCINE e pelo Ministério da Cultura italiano, o projeto participou do evento de mercado When East Meets West (Trieste, na Itália), do EAVE on Demand e do Talents Script Station (Berlim, Alemanha).
A parceria entre a produtora Aletéia Selonk e Cristiane Oliveira vem de longa data. Em 2016, estrearam o primeiro longa da diretora, “Mulher do Pai”, premiado no Festival do Rio (melhor direção, fotografia e atriz coadjuvante), que teve a estreia internacional no Festival de Berlim 2017. Em 2021, realizaram a primeira exibição de “A Primeira Morte de Joana”, no Festival Internacional de Cinema da Índia, em Goa, e, desde então, o filme percorre festivais e conquista prêmios pelo mundo. O lançamento no circuito comercial brasileiro acontecerá no primeiro semestre de 2023, com distribuição pela Lança Filmes.