ATO NOTURNO, novo filme dos diretores brasileiros Marcio Reolon e Filipe Matzembacher, teve estreia mundial nesta sexta-feira (14 de fevereiro), na 75ª edição do Festival de Berlim, onde foi aplaudido e celebrado. Com este projeto, um suspense erótico que entrelaça desejo e performance, o duo volta a disputar o Teddy Award, o prêmio mais importante do cinema queer do mundo, depois de o vencerem em 2018 com “Tinta Bruta”.
“Estamos muito felizes por sermos novamente indicados ao Teddy Award, um prêmio que destaca não apenas a importância de discutir vivências LGBTQIA+, mas também valoriza a qualidade artística dos filmes”, celebram os cineastas gaúchos, que pela terceira vez participam do festival.
“Muitos cineastas que admiramos profundamente, como Pedro Almodóvar, Todd Haynes, Gus Van Sant, Nan Goldin e Derek Jarman, já foram agraciados com essa honra. Em 2018, tivemos a alegria de receber o prêmio de Melhor Filme por ‘Tinta Bruta’. Agora, com ATO NOTURNO, estamos ansiosos para ver como o público do festival recebe nosso novo trabalho.”
O longa tem recebido boas críticas da imprensa internacional. Confira algumas delas a seguir:
“Um perigoso jogo de sucesso, prazer e morte”. Hollywood Reporter
“Um drama inteligente sobre o preço insano que uma pessoa queer tem que pagar para atingir um nível de sucesso aos olhos do público”. ScreenDaily
“Nesta obra intrigante de cinema, os diretores brasileiros mostram como o sucesso e a fama geram confiança e até mesmo imprudência em uma estreia mundial de mãos habilmente roteirizada, extravagantemente encenada e brilhantemente executada na Berlinale 2025”. Filmuforia
A trama acompanha Matias, um ator em início de carreira que busca sua primeira grande chance ao estrelato em Porto Alegre, participando de um respeitado grupo de teatro. Quando a notícia de que uma grande série será rodada na cidade chega à trupe, a já saliente rivalidade entre o protagonista e seu colega de apartamento, Fabio (Henrique Barreira), se acirra. Mas Matias tem um obstáculo ainda mais desafiador se quiser conseguir o papel do galã: para ter uma chance de realizar seu sonho, o jovem terá que esconder parte de quem é e ceder às convenções de gênero.
Talvez em outro contexto a ambição prevalecesse diante da individualidade. No entanto, ao se envolver com Rafael (Cirillo Luna), um político que vive um teatro à sua maneira, manter suas vontades em segredo se torna uma dinâmica tão opressora, quanto estimulante. Enfatizando as performances simbólicas e literais dos seus personagens, seja no palco, no sexo ou na dinâmica violenta das relações de poder, ATO NOTURNO coloca o espectador na posição de voyeur dos embates íntimos de cada um dos personagens com uma narrativa envolvente, que celebra a autodescoberta, a vulnerabilidade e a ousadia estilística.
Parte da Mostra Panorama, ATO NOTURNO já tem distribuição garantida no Brasil pela Vitrine Filmes.