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    Crítica 02 | Elvis

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    Estreia nesta quinta-feira (14) nos cinemas de todo país, a cinebiografia de Elvis Aaron Presley, o cantor, músico e ator é um dos ícones culturais mais importantes do século XX. A produção dirigida por Baz Luhrmann (O Grande Gatsby) mostra a ascensão, estrelato e queda do ícone do rock pela ótica do seu enigmático empresário, Tom Parker.

    “Sem mim não haveria Elvis Presley”, afirma com um ar vilanesco o famoso Coronel Tom Parker, vivido por Tom Hanks (Náufrago). É necessário revelar que a escolha do roteiro, escrito por Luhrmann, em contar a vida de Elvis pela ótica de Parker é controversa. Nunca vemos, de fato, quem foi o Rei do Rock na intimidade, vemos apenas uma parte do todo. O roteiro assim, opta por focar sua atenção na visão distorcida do empresário, que é apresentado como um anti-herói, que tenta mostrar o seu lado da história, enquanto destrincha a persona de Presley e mostra o que fez para conquistar a confiança do jovem cantor. Entre liberdades poéticas, erros cronológicos e uma narrativa eletrizante e pra lá de espalhafatosa. O filme consegue abordar com sucesso a vida do cantor e mostrar a complicada relação deste com seu empresário, mesmo omitindo muito conteúdo.

    Austin Butler não é um bom Elvis Presley em sua atuação, ele é o melhor Elvis Presley já apresentado no cinema! Atores como Kurt Russell (Tombstone) em Elvis de 1979, Val Kilmer (Top Gun) em True Romance de 1994 e Michael Shannon (O Abrigo) em Elvis & Nixon já tentaram, sem muito sucesso, encarnar Elvis Presley no cinema e na TV, mas nenhum deles apresentou o magnetismo que Elvis tinha no palco. Para ser Elvis Presley, é preciso entender Elvis Presley e Butler compreendeu isso e merece ser indicado ao Oscar 2023 de Melhor Ator (digo até mais, merece vencer). Sua atuação é vibrante e apaixonante, seja nas cenas em cima do palco ou fora dele.

    Um grande problema da produção é a sua duração, são quase três horas de filme, que não são bem desenvolvidos. O primeiro ato é alucinante, mas com o passar do tempo o ritmo diminui e a cinebiografia nunca aprofunda os pontos polêmicos da vida do astro. Seu vício em bebidas e drogas é apresentado na trama de modo brando e superficial, nunca sendo aprofundados de fato.

    A fotografia é outro destaque do filme, em algumas cenas feitas por câmeras de mão, a produção consegue recriar alguns planos típicos da época e exagera no uso de planos médios e nos closes nas expressões de Butler e expressão das atrizes que interpretam as fãs do cantor. A maquiagem, cabelo, roupas nos transportam para os anos 60, 70 e 80, ficando nítida a preocupação com a caracterização e com os cenários. Tudo é feito com esmero e merece ser reconhecido na parte técnica da premiação do Oscar 2023.

    A trilha sonora conta com diversos sucessos do cantor e com outras músicas que podem surpreender o espectador. A cena na qual vemos Elvis no especial de Natal, enquanto se rebela e foge das rédeas impostas pelo seu empresário e o show em Vegas são algumas das pérolas visuais criadas por Luhrmann. A cereja do bolo é a execução de “Unchained Melody” em meio a cenas reais do show.

    Elvis é uma cinebiografia vibrante e controversa, que com certeza dará um Oscar de melhor ator para Austin Butler por sua atuação. Esse é o filme mais imperdível de 2022!

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