Não é de hoje que o ringue atrai o cinema com suas histórias de violência e salvação. O mundo é apaixonado por enredos de sucesso após dificuldades, exemplos não faltam: Rocky, Creed, Touro Indomável, O Lutador e tantos outros. Nessas histórias o boxeador é o herói, aquele que oferece o próprio sangue para sustentar a família ou para protege-la. Bom amigos, o cinema nacional agora tem o seu herói. Um dos maiores pugilistas da história do Brasil finalmente ganhou uma cinebiografia, intitulada 10 Segundos Para Vencer, pelas mãos de José Alvarenga Jr. (Divã).
Eder Jofre, o herói em questão é retratado pelas lentes de Alvarenga de modo clássico. Acompanhamos sua infância e juventude, passando pela vida adulta e pela relação conturbada com o pai linha dura, Kid Jofre. O roteiro faz o feijão com arroz das cinebiografias aliando crescimento profissional e vida pessoal.
O melhor ponto do roteiro ocorre quando ele opta em focar nos sacrifícios feitos por Jofre. Sacrificou a vaidade, os pequenos prazeres e os próprios sonhos. Tudo em função de agradar o pai/treinador. Essa relação entre pai e filho é que move 10 Segundos para Vencer é o faz esse ser um bom filme.
O elenco está afinado e foi escolhido a dedo. Samuel Toledo (Polícia Federal) mostra ser um grande ator e exibe um grande potencial em suas cenas se saindo muito bem. Porém o destaque do longa é da dupla Daniel de Oliveira (Aos Teus Olhos) que entrega mais uma bela performance e Osmar Prado (Desmundo) com seu sotaque italiano forte, comedido e rígido e mesmo usando de métodos um pouco ortodoxos para conseguir atingir os seus objetivos, fica claro o mesmo tinha um bom coração. Osmar Prado é um ator sensacional!
Os pontos fracos desta cinebiografia de Jofre são a maquiagem, que não passa nenhuma credibilidade das marcas dos golpes que alguém que luta possui e uma trilha sonora quase inexistente, além de e alguns excessos nos diálogos. As cenas de luta são bem filmadas, mas nada inovadoras.
10 Segundos Para Vencer é uma bela homenagem a Eder Jofre, um filme que irá cativar o público e que tem como golpe letal as atuações de Daniel de Oliveira e Osmar Prado.