dom, 24 novembro 2024

Crítica 2 | Atômica

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Atômica (Atomic Blonde) estreia no Brasil hoje e é baseado na graphic novel The Coldest City, escrita por Antony Johnston e Sam Hart, publicada pela Oni Press. A trama tem como pano de fundo a Guerra Fria e a Queda do Muro de Berlim em 1989. Dirigido por David Leitch (John Wick e Deadpool 2), longe de ser um filme baseado em contexto histórico com diálogos cansativos, Atômica é recheado de ação e tem uma estética moderna, bem diferente da graphic novel, que vai de nomes dos realizadores nos créditos pichados em muros a trilha sonora composta por Tyler Bates (Guardiões da Galáxia) que inclui batidas de New Order – que fazem a abertura do filme lembrar vagamente Corra Lola, Corra! (Tom Tykwer, 1998) – e o rock do Eurythmics, entre outros músicos que produziram na década de 1980.

A história gira em torno de Lorraine Broughton (Charlize Theron de Mad Max), uma agente do MI6 – agência britânica de inteligência -, que tenta recuperar em Berlim uma lista de agentes duplos que está preste a ser entregue à KGB – organização de serviços secretos da União Soviética. Para isso, ela recebe o aviso de que não deve confiar em ninguém e tem que trabalhar com David Percival (James McAvoy de Fragmentado), agente local, que está envolvido com contrabando e outras práticas ilegais.

Nas várias perseguições pelas quais passa ao longo do filme, Lorraine utiliza suas habilidades de combate corpo a corpo. Nas cenas de ações, existe uma série de planos-sequência como uma luta da agente com perseguidores em uma escada, mesclando tiros, saltos, corpo a corpo, facadas e carros capotando.

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Existem outros pontos estéticos interessantes no filme como o uso das luzes neon; uma luta dentro do cinema, em que os personagens são filmados com a tela projetando Stalker (Andrei Tarkovsky, 1979) atrás; e a câmera acompanhando o banho de Broughton.

O filme é produzido pela própria Charlize Theron – através da sua produtora Denver and Delilah Productions -, que leu o quadrinho, se interessou muito pela história, viabilizou a adaptação para as telas e treinou para as filmagens, atuando na maioria das cenas de ação.

Entrevista com Charlize Theron sobre as cenas de ação que ela realiza

A narrativa do filme não é linear, trás flashbacks a partir do depoimento de Lorraine e as reviravoltas são sensacionais! Ele faz o espectador juntar as peças do quebra-cabeça de um jeito e, depois, subverte o que já estava estabelecido. O roteiro de Kurt Johnstead (300 e Aquaman) conta ainda com diálogos inteligentes e sarcásticos.

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O figurino é impecável e estiloso, combinado com o contexto histórico de produção e a estética do filme.

De bônus, cenas quentes com Charlize Theron e Sofia Boutella (A Múmia), esta interpreta Delphine Lasalle, uma espiã francesa infiltrada. Um filme de ação de espionagem, com uma protagonista forte e feminina, com roteiro e ação de deixar qualquer um em êxtase.

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=yIUube1pSC0]

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Destaque

Camila Silva
Camila Silvahttp://52.44.60.28
Historiadora, arquivista, mestra em Artes na linha de Cinema. Apaixonada por filmes e séries.
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