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    Crítica 2 | Dunkirk

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    Cristopher Nolan faz questão de, nos primeiros 5 minutos de filme, informar à pessoa que se aventurou a assistir ao seu filme como será a sua experiência: tensa, angustiante e de muita atenção.

    Diretor de “A Origem”, “Interestelar” e da trilogia Batman, Nolan não precisaria de mais filmes para se afirmar um bom diretor. Apesar disso, ele mostra querer se desafiar cada dia mais e pula para um gênero completamente diferente do que estava acostumado, e acerta em cheio. Dunkirk é um filme realista, apreensivo e que não pede firulas no roteiro nem em sua direção. É preciso mostrar o que está ali. E somente isso.

    Para se situar no filme, é preciso ter noção do que está acontecendo por ali. Durante a Segunda Guerra Mundial, a França foi tomada pela Alemanha e o longa-metragem mostra esse momento. A chamada Batalha de Dunquerque acontece quando as forças britânicas (aliadas dos franceses) ficam completamente encurraladas por terra e precisam evacuar o país pelo mar.

    Nolan sabe muito bem o que faz quando se trata do visual do filme. Ele opta pelo não uso do 3D e acerta, já que o filme – até por se tratar de guerra – vai necessitar momentos de muito breu. Além disso, ele utiliza uma paleta de cores com muito azul (indo do mais escuro possível ao mais claro) e consegue imergir perfeitamente o telespectador nas cenas de água e no ar.

    Feito pelo próprio diretor, o roteiro talvez seja um ponto que tenha algumas falhas (pequenas, que sejam). Mas tratando-se da parte boa, o filme tem um grande mérito em não ter um protagonista (ou um casal) e conta três histórias de lugares e visões da batalha completamente diferentes: por terra, água e ar.

    O filme tem pouquíssimos diálogos e mostra o lado introspectivo da batalha, em que cada um luta pela sua própria vida. Isso por si só não é problema algum. Porém, quando se trata de um filme de guerra, é muito esperada uma explicação geo-política do que está sendo vivido. Isso não acontece. O enorme foco no visual acaba afastando a trama das motivações dos acontecimentos.

    A aposta em atores não tão famosos é um acerto e todos cumprem o requisitado muito bem, inclusive o cantor Harry Styles, que teve sua estreia nas telonas. Todos eles mostram-se muito frios e reflexivos, passando muito bem aos espectadores a sensação de viver em guerra.

    A trilha sonora foi elaborada por Hans Zimmer e é um diferencial para a trama. Com seus violinos marcantes e pontuais, ajuda Nolan a empolgar e impor o ritmo das cenas. Além disso, sabe oscilar muito bem os momentos tranquilos e calmos com uma nota fortíssima e cenas agitadas e de explosões. Incrível.

    Dunkirk é um filme de entretenimento, porém reflexivo. É um pipoca inteligente. Dunkirk tem o selo Nolan de qualidade.

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