qui, 18 abril 2024

Crítica | A Casa do Dragão (Episódio 01)

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Talvez o maior trunfo d’A Casa do Dragão seja fugir bastante do olhar cínico e sóbrio sobre narrativas medievais que seu predecessor se firmou nas primeiras temporadas. Sendo spin-off de Game of Thrones, a série que foi fenômeno da sua década (com direito a final ruim e tudo), a nova aposta da HBO em Westeros conta uma história se passando quase 200 anos antes do nascimento de Daenerys Targaryen. Tal história já é conhecida pelos leitores ávidos dos livros das Crônicas de Gelo e Fogo e também é brevemente mencionada na série original. A ideia de um spin-off que seja um prequel de uma lore conhecida não é incomum na cultura pop, mesmo que das várias tentativas, só algumas se tornaram rentáveis na crítica e público.

Seja propositalmente para se encaixar na ideia de ser um conto do passado, ou seja uma forma de tentar pasteurizar a série em prol de atingir maior público, A Casa do  Dragão apresenta um tom mais épico. Diferente das primeiras temporadas do Jogo dos Tronos onde a violência e sexo eram usados mais para tecer um teor satírico em seu universo, removendo o glamour e magia das histórias sobre o direito divino. Na série dos Targaryens tais elementos funcionam mais de maneira alegórica, quase protocolar para lembrar o espectador que é um spin-off de Game of Thrones que estamos vendo.

As comparações, mesmo inevitáveis, com o seu predecessor não tiram nenhum valor deste piloto, ao longo dos 65 minutos de episódio, nos deparamos em um jogo de tabuleiro pego já na metade da partida, as peças estão se movendo a anos porém soam estar se preparando para algo maior do que os últimos conflitos. E a peça que mais brilha nesses primeiros minutos é Daemon Targaryen de Matt Smith, é reconfortante que o ator esteja nesse papel após trabalhar no intrigante mas desastroso filme da Sony, Morbius. Em Daemon vemos uma crueldade sádica porém calculista, Smith nos conta nas entrelinhas de cada diálogo que estava planejando algo, que seu papel na série ainda será gigante. Acompanhando o antigo Doutor, temos Milly Alcock interpretando a versão mais jovem de Rhaenyra Targaryen, Paddy Considine como o Rei Viseyrs e Emily Carey que encarna a jovem Alicent Hightower. 

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A Casa do Dragão chegou trazendo um entretenimento intrigante, que apesar de batidas que nos fazem sentir a protocolar nostalgia sobre Westeros, a produção se prova capaz de sobreviver por si só, o seu primeiro episódio deixam o espectador ansioso pela próxima visita ao universo caótico de Westeros, tanto para quem já conhece o desenrolar dos conflitos, quanto para quem está conhecendo pela primeira vez.

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