Crítica | A Farsa

    “A Farsa” é um filme feito para despertar os mais diversos sentimentos e emoções no público. Uma história de uma trágica farsa em nome do amor e do dinheiro, sem antagonistas ou vilões: apenas fortes personalidades e profundos desejos. É um daqueles filmes que não podem ser rotulados dentro de uma caixa de gênero, ele traz consigo de tudo um pouco. O telespectador sente o romance quando ele começa a surgir, sente o suspense em saber o desfecho da história que já começa pelo seu final e vai fazendo seu desenvolvimento ao longo do filme. Traz também consigo uma grande carga de drama que consegue despertar sentimentos profundos em quem assiste. 

    Adrien é um ex-dançarino que após um acidente teve de largar sua paixão, e para viver a vida de conforto que sonhava, se envolve com Martha, uma atriz já de avançada idade e muito dinheiro na conta. Quando seu caminho cruza o de Margot, uma golpista atraente, Adrien pela primeira vez conhece o amor à figura feminina. Juntos eles planejam um futuro com o dinheiro de Martha, e de um imobiliário infiel.

    A trama pode parecer um pouco confusa no início, tanto por iniciar pelo final da trama, quanto por ir tratando recortes de lembranças, mas quando a história começa a fluir é quase impossível não se imergir nessa história tão intrigante e cheia de vida. Mas para trazer uma história cheia de vida, o desenvolvimento dos personagens traz mais vida ainda. Nossos protagonistas, Adrien e Margot, conseguem trazer em suas paixões um pelo outro uma nova perspectiva de vida que não haviam vivenciado nunca antes. As atuações também são cheias de vida, tanto que trazem a quem assiste os sentimentos transmitidos pelos personagens. Os personagens ganham vida.


    Por mais que não possa ser considerado um filme de mistério, o ar de mistério também marca presença durante boa parte do filme. A ansiedade para saber o desfecho da trama, saber quem são os culpados e quem são os inocentes, descobrir toda a verdade por trás de cada mínimo detalhe da história, é o que traz essa marca. Não é um filme revolucionário, muito longe disso. Ele traz o que muitos filmes já trouxeram antes: crimes, farsas, romance, sentimentos. Mas é justamente o fato de ele trazer algo que não é necessariamente inovador e ainda assim conseguir prender o telespectador que faz com que o filme possa ser considerado razoavelmente bom em seu geral.

    Por fim, é uma característica de muito valor o filme não retratar imagens de vilões ou antagonistas, até porque nesse caso, nossos próprios protagonistas poderiam se encaixar nesse papel. Ao contrário disso, temos apenas vítimas, todas afetadas de formas diferentes.

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