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    Crítica | A Grande Mentira

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    Vá ao cinema, compre sua pipoca (ou leve o seu lanche) sente-se na sua poltrona e veja um jogo de gato e rato protagonizado por duas estrelas pra lá de carismáticas do cinema, e claro, se divirta enquanto assiste A Grande Mentira, longa protagonizado por Ian McKellen (X‑Men: O Filme) e Helen Mirren (A Rainha) que estreia nesta quinta(21/11) e tem atuações magistrais. Porém o longa comete alguns deslizes e infelizmente nem tudo é maravilhoso nesse filme de aparências. 

    A Grande Mentira conta a história de um golpista Roy Courtnay (McKellen) que mal consegue acreditar em sua sorte quando conhece a viúva endinheirada Betty McLeish (Mirren) online. Quando Betty abre sua casa e vida para ele, Roy fica surpreso ao perceber que está se afeiçoando a ela, transformando o que deveria ser somente mais um golpe na corda bamba mais traiçoeira de sua vida. Atores formidáveis e história interessante né? Sim, porém a execução dela é que atrapalha o longa. O filme dirigido por Bill Condon (diretor da saga Crepúsculo) é baseado no livro de Nicholas Searle é tem seu roteiro criado pelo estreante Jeffrey Hatcher, o seu calcanhar de Aquiles. Condon falha na direção por não saber qual tom usar para o longa. O filme é uma comédia? Um longa de mistério? Um suspense? Em vez de escolher o tom e se aprofundar nele, Condon entra numa espiral e se perde nela. Inicia o filme com um tom leve e divertido, joga fora essa diversão e substitui tudo por doses rápidas de violência e começa um jogo de gato e rato deixando informações importantes de fora, para no fim encerrar a trama com vários Flash Backs e jogar uma reviravolta sem peso na cara do espectador. Descrever mais A Grande Mentira pode atrapalhar a experiência de assistir o filme, mas garanto que as atuações valem o ingresso. Nem tudo que Condon executa é ruim, assim como os golpes aplicados pelo personagem de McKellen são criativos e convincentes.

    A escolhas dos atores é o maior acerto do longa. Sir. McKellen rouba suas cenas e está sensacional no seu papel do golpista aparentemente gentil e banal que esconde suas reais (e ruins) intenções no seu caloroso olhar. Mirren está deslumbrante e pra lá de cativante em seu papel, o ar de confiança que a cada cena ela trás é algo raramente visto. Os demais atores são ofuscados pelo brilho desses dois diamantes brutos, mas cumprem bem seu papel em cena.

    A Grande Mentira é um filme baseado numa obra literária instigante, com dois atores excepcionais que por culpa de um roteiro falho e uma direção sem pulso não atinge todo seu potencial. Num resumo honesto este filme é uma boa desculpa para ver as atuações de Helen Mirren e Ian McKellen.

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