sex, 22 novembro 2024

Crítica | A Hora do Vampiro

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Baseado em um livro do famoso escritor de terror, Stephen King, A Hora do Vampiro já é a terceira grande adaptação do livro homônimo. A história segue um autor passando por um bloqueio criativo que retorna a sua cidade natal em busca de inspiração. Ao chegar lá, descobre que a mansão supostamente “mal-assombrada” havia sido alugada novamente após muitos anos. A partir da chegada dos novos moradores, coisas estranhas começam a acontecer na cidade, como desaparecimentos misteriosos, mortes inexplicáveis, dentre outras coisas.

A atmosfera é aterrorizante e os elementos de horror são bem empregados, deixando o filme com aquela carinha de Halloween (apesar dele não se passar especificamente nessa data). A ambiência em que somos inseridos é o grande trunfo aqui, funciona para transmitir aquela sensação gostosa de filme de cidade pequena, combinada com aquela vibe setentista pré-tecnologia, em que o personagem precisa consultar bibliofilmes e livros para realizar sua pesquisa. O longa também se beneficia, um pouco, da estética católica, da igreja imponente e o padre falho, que poderiam, inclusive, ter sido melhores utilizados.

Em suma, é prazeroso entrar no ambiente da trama, conhecer a cidade, o cinema ao ar livre frequentado por todos os moradores, a escola, o hospital, alguns habitantes locais como o professor bondoso, a bibliotecária fofoqueira, o agente imobiliário ganancioso e as crianças que serão os primeiros alvos dos vilões, nos remetendo a outras histórias do King, como It – A Coisa, ou séries mais recentes como Stranger Things.

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Na superfície o filme tem muito potencial, mas conforme adentramos na narrativa, algumas coisas não funcionam tão bem, a começar pela dupla de protagonistas com quem os realizadores perdem tempo demasiado enquanto havia um trio de coadjuvantes – o garoto, o professor e a médica – infinitamente mais inteligentes, melhor preparados e com mais a oferecer enquanto personagens.

Na verdade, a maioria dos personagens é interessante individualmente, até mesmo aqueles que aparecem pouco, com exceção do casal, todos representam algum arquétipo clichê e divertido de cidade pequena e agregam algo, ainda que seja apenas para construir a essência do local. Por outro lado, falta química entre eles, principalmente o grupo de sobreviventes finais que não tem nenhum entrosamento.

Outro ponto que pesa negativamente é o fato do diretor constantemente tentar emular a estética do Mike Flanagan, passando do ponto da homenagem ou da referência, já que não desenvolve quase nada próprio. O que inevitavelmente acaba gerando algumas comparações que lhes são desfavoráveis, já que é possível copiar elementos visuais e sonoros, mas não essência.

Apesar da falta de criatividade e a dificuldade em apresentar algo novo, o filme é gostoso de assistir pela ambientação. Uma experiência que provável será esquecível, mas temporariamente agradável. A Hora do Vampiro está disponível no Max.  

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Raíssa Sanches
Raíssa Sancheshttp://estacaonerd.com
Formada em direito e apaixonada por cinema
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