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    Crítica | A Linha da Extinção

    Paris Filmes/Lyrical Media
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    Sempre há espaço no ano para os filmes pós-apocalípticos, não é mesmo? Ainda mais se for uma ação, com uma mistura de drama familiar e um suspense. E é exatamente esse o caso de ‘A Linha da Extinção’. O filme foi adquirido pela Vertical Entertainment em maio deste ano, conhecida distribuidora global de filmes independentes. Custando $18 milhões de dólares em orçamento, o filme conta com uma dupla de peso no elenco com Anthony Mackie (conhecido por ser o Falcão anteriormente e agora o novo Capitão América no universo Marvel) e Morena Baccarin (conhecida por interpretar Vanessa na trilogia Deadpool), que também está creditada como Produtora Executiva do projeto. O longa é dirigido por George Nolfi, conhecido principalmente por seu trabalho como roteirista em filmes como ‘Doze Homens e Outro Segredo’ (2004), ‘O Ultimato Bourne’ (2007), por dirigir e escrever ‘Os Agentes do Destino’ (2011) e por dirigir ‘O Banqueiro’ (2020). Nolfi é um parceiro já conhecido de Anthony Mackie, sendo que três dos quatros filmes dirigidos por ele tem o ator no elenco. Mackie também é o produtor tanto deste filme como em ‘O Banqueiro’ (2020), mostrando a parceria entre os dois.

    Três anos após monstros surgirem e forçarem os seres humanos a viverem 2.400 metros acima da superfície, Will (interpretado por Anthony Mackie) precisa achar novos medicamentos para o filho, Hunter (interpretado por Danny Boyd Jr.) e precisará cruzar a linha. Ele se junta a Katie (interpretada por Maddie Hasson) e a Nina (interpretada por Morena Baccarin) nessa missão para enfrentar as criaturas.

    Créditos: Paris Filmes/Lyrical Media

    Existe uma grande diferença entre a versão final de um roteiro e a versão final de um filme. Por mais que tenham diálogos ou descrições que pareçam semelhantes, aquele texto passou por uma interpretação e foi posta em tela a partir da linguagem cinematográfica. Um filme que apenas mostra o seu roteiro, sem propor uma interpretação do mesmo e usar a linguagem cinematográfica para refletí-la, não vai chegar em lugar algum. Essa reflexão veio à mim logo no começo do filme, já que o primeiro ato e toda a “explicação” e ambientação sobre aquele cenário pós-apocalíptico são justamente apenas uma leitura direta do roteiro, e você sente isso principalmente nos diálogos. Com uma tentativa quase sempre vazia de frases de efeito ou apenas diálogos expositivos sem qualquer efeito na cena, isso vai frustrando o espectador, que sente essa tentativa a cada minuto.

    Os pontos fortes são justamente as cenas de ação e suspense e os momentos que o trio está junto, interagindo um com o outro. Em vários desses momentos, inclusive, é quando o diálogo mais emocional funciona, dado o contexto das cenas e a atuação do trio principal, mas são apenas em alguns momentos. Apesar dessa insistência, as cenas de suspense são bem construídas e geram bastante impacto na tela. Você consegue ver, por se tratar de um filme com baixo orçamento, que o filme tenta esconder as criaturas o máximo possível, mas usam a criatividade e elementos como a edição e mixagem de som (sons de passos altos correndo atrás dos personagens) e a câmera em primeira pessoa. Essas sequências não só funcionam por si, como alimentam as cenas seguintes com interações e diálogos mais soltos, diria até que improvisados, mas com um pano de fundo poderoso. As interações entre o trio principal são o ponto alto após o segundo ato, desde as “trocas de farpas” entre Nina e Katie até o drama de Will com Nina.

    Com uso bastante criativo dos recursos disponíveis, ‘A Linha da Extinção’ é uma boa opção para quem gosta de histórias pós-apocalíticas com ação e suspense. Ainda que tenha seus problemas, especialmente no roteiro, as sequências de ação são bem interessantes para uma produção com determinado orçamento e boas atuações do trio principal.

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