sáb, 20 abril 2024

Crítica | A Médium

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Escrito e dirigido por Banjong Pisanthanakum (Espíritos I e II), A Médium faz duas viagens. A primeira e principal delas é em direção ao nordeste da Tailândia, onde a narrativa do filme se passa com uma verdadeira imersão cultural. E a segunda nos leva de volta ao cenário do terror dos anos 2000 através de um uso singular da paleta de cores.  

A produção traz estilos como o found footage, que marcou a década com filmes e franquias de sucesso como A Bruxa de Blair (1999), REC (2007) e Atividade Paranormal (2007). A sensação de assistir A Médium é de voltar a essa maravilhosa era do terror — melhorada —, embora o espectador possa desacreditar do potencial do filme durante a primeira metade.

Assim como Parasita (2019), jovem clássico de Bong Joon-ho, a obra gira a chave de adrenalina após alguns longos minutos de filme mas não decepciona. Ao invés do clichê sobrenatural do cristianismo, a produção traz a religião e as superstições do budismo, praticada por 95% da população tailandesa, atingindo ainda mais a imaginação de quem assiste e potencializando a relação do medo do desconhecido. Além disso, é curiosa e muito funcional a forma documental escolhida aqui e traz uma carga considerável de realidade para os acontecimentos mais perturbadores do filme. O que desmente essa sensação são alguns takes mais arriscados, que, apesar de lindos, raramente são utilizados documentários.

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Embora o filme não trate do tipo de possessão que a grande maioria está acostumada a assistir, ela ainda é o centro do arco narrativo. No entanto, a trama faz questão de desmentir, logo no começo, alguns esteriótipos televisivos desse estado como a mudança de voz e as contorções.

A Médium nos apresenta a mesma linha narrativa dos grandes sucessos do “subgênero” do found footage. Mostrando a vida normal e cotidiana do personagem por tempo suficiente (neste caso, ainda mais do que isso) para que a plateia se apegue a ele, o filme logo depois se ocupa em destruir toda aquela vida e felicidade. Todos os atores conseguem transmitir essa autenticidade documental e é muito possível que alguns espectadores sejam confundidos a respeito do nível de realidade da trama.

Com algumas cenas gráficas de violência e automutilação, o filme vai revelando o terror de maneira gradativa e aumentando de forma constante a tensão. E, apesar de contar com pouquíssimos sustos, apresenta um em particular que é capaz de pegar qualquer um de surpresa.

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Gabriela Castello Buarque
Gabriela Castello Buarquehttps://estacaonerd.com/
Jornalista com Minor em Cinema. Apaixonada por terror, preto, Halloween e mais um monte de coisa "estranha".
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