seg, 23 dezembro 2024

Crítica | A Morte do Demônio: A Ascensão

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A franquia Evil Dead é conhecida na comunidade do terror como um exemplo de possuir boa produções em seu currículo, incluindo até mesmo a excelente série de tv Ash Vs Evil Dead. A sua última aparição no cinema foi com o remake da franquia, bastante elogiado por sua boa utilização do gore e uma pegada mais séria em relação aos eventos durante o filme. Por incrível que pareça, já se passaram 13 anos desde sua última adaptação na tela grande, e chegou a hora desse retorno, ou melhor dizendo, dessa combinação entre atualização e tributo em relação aos clássicos filmes, isso é A Morte do Demônio: A Ascensão.

A jovem Beth (Lily Sullivan) visita sua irmã mais velha Ellie (Alyssa Sutherland), que está criando os três filhos em um apartamento apertado de Los Angeles. Porém, ela descobre que um livro misterioso que estava no porão do prédio libertou demônios terríveis, criando um cenário de horror ao possuir o corpo de sua irmã Ellie. Aterrorizada, Beth precisa lutar pela sobrevivência enquanto protege seus pequenos sobrinhos de uma mãe agressiva e irreconhecível.

Felizmente é possível identificar diversos elementos ao longo do filme que se aproximam da franquia de uma maneira geral. Sejam as nojeiras, planos tortos para Intensificar as cenas, o ponto de vista do demônio, e claro, a motosserra e shotgun emblemáticas. É uma abordagem que respeita os maneirismos característicos dos filmes, mas também traz novas aquisições, assim como o remake de 2010 trabalhou em relação com subtextos durante o filme. Então, é possível identificar um trabalho discreto, porém eficiente quanto sua protagonista e toda essa relação do descobrimento da gravidez, mãe solteira, e toda essa luta(literalmente) em defender sua família e salvar sua irmã possuída, mãe dos três filhos.

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E por mais que seja nítido ser um filme de estúdio, com aqueles controles e pé no freio característico de diversas produções de terror nos dias de hoje, é agradável de se observar essa pegada mais direta no trash, o longa não se perde nesses subtextos citados anteriormente, ele não transforma sua narrativa para girar em torno disso, no final das contas é uma obra sobre pessoas tendo que matar demônios, e tudo isso acompanhado de muito sangue, nojeira e aquele exagero chamativo.

E quanto a esse elemento de atualização da franquia, temos inicialmente a mais chamativa que é a mudança de local, antes a clássica cabana sendo o palco dos acontecimentos, e agora um prédio no meio da cidade. É uma mudança extremamente convidativa para a franquia, ainda mais levando em conta a já batida fórmula de fazer um terror na cabana isolada na floresta. Então, os poucos momentos onde temos um plano geral do edifício é extremamente chamativo, o filme combina bem essa sensação de imponência e preparação do que está por vir, uma pena não ter abusado mais desse recurso. É uma obra que se utiliza mais desse isolamento dos protagonistas com o mal, algo extremamente comum nos filmes anteriores, mas sem aquelas utilizações externas na floresta, aqui ele procura muito mais o terror dentro do apartamento da família. É uma revisão do material clássico, mas também essa atualização para os dias atuais, uma espécie de “como seria essa abordagem em um lugar totalmente diferente dos anteriores ?”.

Por mais que seja acompanhado de elementos previsíveis durante sua jornada, seja por algumas óbvias decisões quanto seu terror e finalização do mesmo. O filme possui bons momentos de direção e trabalho quanto seu horror, seja pela brincadeira da câmera ponto de vista e sua contra-expectativa logo no início do filme. Temos a boa utilização de um personagem em primeiro plano e outro em segundo plano, os dois em foco, e no meio da divisão, um desfoco, o famoso Split Diopter. Fora isso, alguns pequenos momentos, porém bons durante o decorrer do filme, seja a câmera pendurada nas costas da atriz e filmando sua cara bem próxima, a utilização de um plano parado, enquanto algo desfocado passa no fundo da cena. São momentos que fazem a diferença e se distanciam de uma abordagem mais genérica quanto seu terror.

A Morte do Demônio: A Ascensão de uma forma geral acaba agregando com a franquia, não apresenta nada puramente poderoso quando os filmes mais clássicos, mas consegue misturar bem essa pegada trash com alguns elementos do remake de 2010. Por apresentar um elenco de jovens em seu filme, ficou a impressão de que pegariam mais leve no horror, mas felizmente não é apresentado aqui, vamos ter momentos de muito sangue e caos puro. Para os mais acostumados, vai soar um filme normal de gore, e vai acabar pegando de surpresas os menos desavisados com esse tipo de terror. O mais  importante aqui, é que o material mostrado é o Evil Dead que conhecemos e amamos.

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