seg, 23 dezembro 2024

Crítica | A Princesa da Yakuza

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Dirigido pelo brasileiro Vicente Amorim e baseado na HQ de grande sucesso Shirô: Yakuza, honra e sangue no coração de São Paulo, o filme A Princesa da Yakuza estreou na Netflix na última quarta-feira (20), trazendo a história de Akemi (Masumi Tsunoda), herdeira do chefe da organização criminosa transnacional Yakuza, que após o assassinato do seu pai foi trazida ainda bebê para o Brasil, onde foi criada na maior comunidade japonesa do mundo, o bairro da Liberdade, em São Paulo. Após seu aniversário de 21 anos, os fantasmas do passado de Akemi chegam ao Brasil para terminar o que haviam começado no Japão.

A obra deveria ser, de fato, uma grande aposta do cinema brasileiro. Com uma fotografia de encher os olhos — muito raramente feita no cinema nacional dessa maneira e bastante característica de filmes japoneses —, o filme, no entanto, se perde em inúmeros tropeços ao longo da trama. O primeiro deles é o tempo narrativo. Leva cerca de 40 minutos para que algo de peso aconteça, e, mesmo passado esse tempo, o filme depende unicamente das cenas de luta para conseguir gerar algum interesse e prender a atenção do espectador.

Com um desenrolar pouco dramático, A Princesa da Yakusa não conquista os fãs do gênero nem tem uma direção que desenvolva qualquer apego verdadeiro em relação aos personagens por parte do público. Apesar das boas interpretações e de inúmeras referências diretas ao trabalho de Quentin Tarantino (em especial Kill Bill), o filme se perde numa montagem que repetidamente insiste nas sequências de combate que não tem o brilho que poderiam ter.

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Sem dúvida a cinematografia explora elementos diferenciados no cinema brasileiro e aponta numa direção ambiciosa que pode, futuramente, ser considerada um divisor de águas. Talvez justamente a sua tentativa de ser muitas coisas ao longo de seus 110 minutos tenha tornado o filme quase vazio e um tanto sem identidade também.

O filme termina com um gancho enorme para uma possível continuação. A vingança que move a narrativa termina sem conclusão e, após a apresentação do elenco, temos uma cena pós créditos. Então, se conseguir chegar até essa parte, não feche o player. Pode ser importante para a sequência – ou não.

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Gabriela Castello Buarque
Gabriela Castello Buarquehttps://estacaonerd.com/
Jornalista com Minor em Cinema. Apaixonada por terror, preto, Halloween e mais um monte de coisa "estranha".
Dirigido pelo brasileiro Vicente Amorim e baseado na HQ de grande sucesso Shirô: Yakuza, honra e sangue no coração de São Paulo, o filme A Princesa da Yakuza estreou na Netflix na última quarta-feira (20), trazendo a história de Akemi (Masumi Tsunoda), herdeira do...Crítica | A Princesa da Yakuza