O diretor Gabriel Abrantes deixou nítido no seu filme quais elementos de horror lhe causam mais incômodo. Ele constrói uma narrativa com elementos esquisitos, porém carecendo de criatividade quanto seu cenário e construção de atmosfera.
A busca de Edward por sua família biológica leva ele e sua namorada, Ryley, a uma magnífica vila no alto das montanhas do norte de Portugal. Ele fica empolgado ao conhecer sua mãe há muito tempo perdida e seu irmão gêmeo.
E por mais que o título brasileiro engane com esse conceito de chamar a atenção da forma mais genérica possível com o público, é possível encontrar um charme , mesmo que subutilizado, com sua história pra lá de macabra. Em certos momentos remete até mesmo um giallo, não por conta da direção, mas em razão das atitudes e situações esquisitas de certos personagens. Essa sensação de união familiar elevada a níveis bizarros, onde o terror vai gradativamente sendo mostrado até seu clímax. Com direito a idoso pelado.
O longa não consegue aproveitar seu cenário interessante ou criar uma atmosfera mais única. Ele opera de maneira bastante genérica e sem criatividade com as situações que vai surgindo. Até mesmo a mitologia que é interessante acaba que perdendo força conforme o iminente conflito se aproxima. Todo esse aspecto envolvendo bruxa, rejuvenescimento e incesto acaba que apenas pano de fundo para criar tensão com nossos protagonista.
O elenco acaba que se destacando, as químicas funcionam e esse truque de mudar o protagonismo e acabar crescendo mais para o lado da namorada se torna uma maneira melhor de se utilizar da melhor atriz daquele elenco. A figura da Amélia mais velha é realmente esquisita, e por mais que falte uma exploração melhor sob seu passado, ele entrega os momentos mais esquisitos do filme.
A Semente do Mal acaba que sendo um desperdício de uma potencial história e direção em meio tantos falta de criatividade no gênero. Mas os bons momentos de horror corporal e as boas trocas entre seu elenco conseguem tornar um filme assistivel e talvez uma surpresa dado o cansativo esgotamento do gênero.
