dom, 22 dezembro 2024

Crítica | A Última Noite (Silent Night)

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A Última Noite (Silent Night) é uma história de Natal, disfarçada de comédia tragicômica repleta de humor sombrio, que estreia nos cinemas em 23 de Dezembro. O filme mostra uma família que está prestes a vivenciar a destruição iminente por uma tempestade que se aproxima com a promessa de acabar com toda as formas de vida do planeta. O casal Nell e Simon reúne seus amigos mais próximos e, junto aos filhos, celebraram o Natal em sua propriedade no interior da Inglaterra.

Paris Filmes/Divulgação

O filme dirigido pela estreante Camille Griffin (Confused), que também assina o roteiro, cria uma produção que passeia entre diversos gêneros para contar uma história que possui múltiplos significados e abordagens. Por não ter uma proposta muito bem definida o filme acaba sendo vago em alguns momentos. Fica o questionamento se estamos vendo uma comédia dramática, uma comédia de humor sombrio, um suspense, uma sátira… No fim o que se pode afirmar é que A Última Noite é um filme que possui um texto crítico apurado, Griffin sabe muito bem as críticas que deseja fazer e as piadas repletas de ironia são ótimas. A trama começa sem revelar o que de errado está acontecendo, mas com o tempo vai dando pistas disso, até que revela o grande plot de sua trama: Uma nuvem tóxica gigante causada por abuso ambiental está varrendo a humanidade do mapa. O governo deu a população pílulas suicidas para minimizar o sofrimento das famílias, menos para os moradores de rua e imigrantes ilegais. Ao mostrar esses fatos a direção tem como objetivo principal traçar diversos paralelos com o nosso cotidiano, como as questões políticas de alguns países em relação a pessoas em situação de rua e imigrantes. A obra em si não deseja tratar sobre as questões referentes a origem da nuvem, mas sim usar da situação para contar sua história.

Mas a falta de foco do filme, não permite ele crescer. Temos muitos temas, tramas e sub tramas sendo abordadas e nenhuma delas se torna o fio condutor dessa produção, que mesmo cometendo esse “erro” é extremamente divertida e ágil.

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O elenco é composto por diversos talentos e o grande destaque é Roman Griffin Davis (Jojo Rabbit), filho da cineasta. O jovem ator se destaca do restante do elenco e com seu carisma consegue fazer com que nos importemos com o seu destino. Os demais personagens são interessantes, mas nunca são aprofundados de fato. Vemos apenas uma versão superficial deles, dos seus dramas e das tensões que esse grupo heterogêneo poderia criar, com isso é difícil se importar com os mesmos e com suas decisões.

O modo como Griffin decide gravar suas cenas, torna o espectador em um convidado e somos quase que cúmplices de todas as situações absurdas apresentadas. Enquanto todos os personagens estão decididos de seus destinos e do que fazer, o personagem de Griffin Davis surge como a voz da razão em meio ao caos que aquela noite representa.

A Última Noite é um filme de Natal que foge das convenções dessa época para fazer uma sátira repleta de bom humor sobre o fim do mundo. Uma boa dica para quem gosta de filmes intrigantes.

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Hiccaro Rodrigues
Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: [email protected]
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