sex, 28 fevereiro 2025

Crítica | A Verdadeira Dor

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Em 2022, o ator Jesse Eisenberg (A Rede Social) lançou seu primeiro trabalho como diretor. Após três anos de hiato, Eisenberg retorna como roteirista, diretor e protagonista em A Verdadeira Dor. A produção conta a história dos primos David e Benji, que viajam pela Polônia para homenagear sua avó. A aventura se complica quando antigas tensões ressurgem enquanto exploram a história de sua família.

A trama de A Verdadeira Dor é simples, mas repleta de ambiguidades e questionamentos. A inexperiência do roteirista em criar diálogos críveis, deixa duvidas em alguns desdobramentos da trama, mas nada que atrapalhe a experiência. A escolha da história ser centrada em dois protagonistas é acertada, pois os personagens são os dois lados de uma mesma moeda. A direção aposta suas fichas em um delicado equilíbrio, centrado em fazer um estudo nas relações do personagens e nos desdobramentos dessa relação que ecoa em uma comédia muito ágil, que aborda o passado e o presente das relações familiares em uma peculiar viagem. As sacadas rápidas, são do tipo piscou perdeu e permeiam toda a história, mas as que você pegar irão te divertir.

O estudo de relacionamento entre os protagonistas, funciona principalmente por causa de Kieran Culkin (Scott Pilgrim contra o Mundo), o ator está espetacular e irá vencer o Oscar 2025 merecidamente. O personagem David de Eisenberg é o tipo introvertido, neurótico e estereotipado que já foi interpretado umas mil vezes pelo ator, porém é em Benji, personagem de Culkin, que vemos algo de novo. Benji é falastrão, sensível, cativante e repleto de falhas. A falta de filtro nesse personagem gera situações desconfortáveis e hilárias, como a referente ao luxo no trem que os levará para um campo de concentração. Esses altos e baixos enfrentados por Benji na narrativa, são elucidados, entendidos e sentidos. O vazio e os silêncios da dor que ele sente, ecoam no espectador e são tocantes, em especial a cena final que deixa a trama em aberto, mas acerta um soco na boca do estômago do espectador que simpatizou com o personagem.

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A Verdadeira Dor é um filme que possui altos e baixos, como a vida. Ao fim da sessão, com o silêncio podemos compreender um pouco do vazio e das incertezas que aterrorizam algumas pessoas. A atuação imprevisível de Kieran Culkin já vale o ingresso. Assista o quanto antes!

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Hiccaro Rodrigues
Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: [email protected]
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