qua, 18 dezembro 2024

Crítica | Agente Stone

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Em Agente Stone (Heart of Stone), Rachel Stone (Gal Gadot) é a agente da The Charter, uma agência internacional que precisa proteger a inteligência artificial The Heart. Em sua missão, ela precisa se infiltrar na equipe do Serviço de Inteligência Secreta do Reino Unido (MI6) enquanto tenta impedir que um hacker se aposse da tecnologia.

Apresentação explosiva, traições inusitadas, sequencias de ação eletrizantes – que amalgamam efeitos visuais práticos de grande qualidade, mas lamentavelmente aproveitados devido a um precário trabalho de edição, a técnicas em CGI muitas vezes mal aplicadas -, são alguns dos diversos fatores que constroem um longa-metragem de ação com o selo Netflix de escassez de personalidade e criatividade. Agente Stone, o mais novo título no catálogo do streaming estrelado por Gal Gadot, é mais um lamentável exemplo de produções que ostentam muito, mas nada entregam.

Greg Rucka e Allison Schroeder constroem uma narrativa padrão, que só se arriscar em apresentar no final do primeiro ato uma reviravolta até condizente com a temática do filme, cujo o fator surpresa melhor se o público tivesse um apego maior pelos personagens em cena ou pela história em si. Agente Stone não só é prejudicado pelo roteiro inerte de inspiração, como também sofre com a direção de Tom Harper, movida pelo piloto automático nas sequencias em que a história é explicando, ostentando frases de efeito e diálogos sofríveis, além de uma condução de elenco sem vida e, aparentemente, realizada às pressas.

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Imagem: Divulgação/Netflix

Harper, no entanto, tenta agradar ao público com as massivas cenas de ação do longa. Não são poupadas explosões, perseguições em alta velocidade e até uma gloriosa sequência aérea, talvez a mais empolgante de todo o filme. Agente Stone, ao menos, consegue entregar uma ação a altura de produções recentes da Netflix, como a franquia Resgate e Projeto Extração, mesmo sem inovar nesse quesito ou apresentar mais de uma cena que fizesse um diferencial. Há, inclusive, o já mencionado problema da edição que apresenta cortes em excesso e a direção de fotografia que optou por não captar planos mais abertos em algumas sequências mais movimentadas, deixando uma sensação claustrofóbica.

O que intensifica o fato de Agente Stone não funcionar, além de uma história genérica e cenas de ação que parecem recicladas de outras produções, é a ausência de personagens cativantes. Gal Gadot, apesar de carismática, não arriscar em dar uma personalidade complexa para a sua Rachel Stone, mantendo-se numa zona de conforto altamente desconfortável para o expectador que desejava ver mais tanto da personagem quanto da atriz. Completam o elenco Jamie Dornan (Belfast), Sophie Okonedo (A Roda do Tempo) e Matthias Schweighöfer (Army of Thieves) que, apesar de entregarem um bom trabalho, conseguem superar um roteiro despreocupado com os personagens. O longa ainda conta com participações especiais sem sentido de Glenn Close e BD Wong.

Agente Stone pode entreter entusiastas do gênero ação descompromissados em assistir a uma produção de destaque. Como um todo, a produção entrega nada além do que já é esperado por filmes lançados pela Netflix dentro desse estilo já datado.

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