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    Crítica | Além da Lenda

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    A animação pernambucana Além da Lenda – O Filme trata-se de uma expansão do universo televisivo de 2018, uma releitura do folclore nacional para o público infanto-juvenil. A produção anterior conta com 13 episódios(todos disponíveis pelo Youtube), além de 9 livros e podcast. Após o longo período de produção, o projeto de 86 minutos de duração finalmente está pronto para o público.

    Um livro sagrado reúne todas as lendas do folclore brasileiro, e é mantido em segredo e escondido na montanha coração sagrado do Brasil, que só é revelada uma vez por ano, justamente dia 31 de outubro, dia do Saci. Só que que a data está esquecida por muitos brasileiros, que preferem acompanhar o Haloween. Um trio símbolo do dia das bruxas, gata-bruxa Witchka, o espantalho Jerry Moo e o espectro Midnight, vêm ao país com a ideia de capturar o livro secreto e assim “dominar” as lendas brasileiras.

    Esse universo se trata de um resgate da cultura nacional, um novo olhar para a nova geração, tão bombardeada de conteúdos/produções norte americanas. Resgatar personagens como a Cuca, o Saci, Curupira e Boto cor-de-rosa, talvez os mais conhecidos dos mitos brasileiros e também dar espaço para lendas menos conhecidas como Comadre Florzinha e Chibamba. Todos os personagens são carismáticos e possuem seu devido espaço, claro que um ou outro tem mais destaque por conta do seu papel na trama. A narrativa é avançada de forma simples, o conflito contra o trio Haloween é segmentado de humor e pequenas batalhas, aproveitando a habilidade de cada personagem.

    Em respeito do nome do filme Além da Lenda, existe um explicação de que quando o mito é esquecido por todas as pessoas, ele é mandado para o além(daí o nome), uma espécie de purgatório desses seres. É um recurso que aproveita essa semelhança com o atual momento da cultura brasileira, tão afetada por outras exteriores e uma geração que não se importa ou não conhece as próprias lendas de seu país. Muita ajuda disso veio no passado em conta do Sítio do Picapau Amarelo(presente até hoje) que trazia o folclore brasileiro em sua narrativa, aumentando a fama de personagens como a Cuca e o Saci. O longa beira os 86 min, ele se alonga um pouco na parte final, mas mesmo assim conclui bem sua história.

    É fato que a animação possui um charme considerado e o trabalho envolvendo a pequena equipe é de ser parabenizado. Um longo projeto que finalmente alcançou uma conclusão. É uma aposta ousada, mas inteligente de querer reapresentar essas lendas brasileiras e usar o formato de animação. Algo tão arriscado merece reconhecimento pelo carinho no projeto. O cinema pernambucano novamente prova representar a cultura e aspectos da sociedade brasileira.

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