Estreou na Netflix a segunda temporada de Alice in Borderland, a produção retorna ao catálogo do streaming após dois anos trazendo um enredo que expande o universo do seu mundo utópico, que é inspirado no mangá de Haro Aso. Com direção de Shinsuke Sato, a série retorna de modo explosivo fazendo a longa espera ter valido a pena.
A primeira temporada de Alice in Borderland tinha como foco principal de sua trama os jogos que serviam como escada para mostrar o complexo mundo no qual os personagens foram inseridos. Com as regras apresentadas deste novo mundo, a produção focou seus esforços em mostrar os mistérios que cercam esse desconhecido universo. Já a proposta da segunda temporada é aprofundar as relações entre os personagens da temporada anterior. Para realizar isso a produção apostou suas fichas em recriar as fases de videogames na qual se enfrenta o jogador enfrenta o “chefão” da fase em prol de passar para um outro nível. Com isso, a produção insere jogos mais complexos e mortais. Os jogos apresentados são emocionantes e criam uma tensão que é fascinante! Os desafios seguem sendo muito bem elaborados, temos de tudo um pouco no novo ano da série: desde de desafios que exploram o lado físico dos competidores passando até jogos que desafiam os personagens intelectualmente, levando os competidores a duvidarem de si mesmos e das suas relações.
Com o passar do tempo novos personagens são inseridos ao grupo principal e a divisão desses grupos leva a combinações interessantes que consegue explorar as motivações dos personagens. A trama segue sendo um thriller de ação repleto de violência gráfica que é incrivelmente bem executado. Mas mesmo assim existem falhas que podem frustrar a experiência que é ver o novo ano da série. A não resolução dos mistérios da trama, fazem a história a todo momento parecem estar em banho-maria. Afinal de contas, onde eles estão? Quem está por trás do jogo ? Como sair de lá? Poucas respostas e informações são oferecidas nos oito episódios da nova temporada e tudo indica que elas só vão ser reveladas na terceira temporada da série, algo que é frustrante.
O elenco segue sendo excelente e agora todo o grupo principal tem espaço para desenvolver suas motivações. Com isso, todos conseguem ter seu espaço para brilhar. Seguem sendo os destaques da trama Kento Yamazaki (Atom’s Last Shot) e Asahina Aya (Red Shoes) que roubam as cenas nas quais estão inseridos.
A segunda temporada de Alice in Borderland não oferece respostas ao seu principal mistério, mas segue sendo uma série estimulante, que consegue explorar bem a violência em prol da elaboração de um suspense que promete ser resolvido em breve. Que a terceira temporada não demore tanto para ser exibida.