qui, 25 abril 2024

Crítica | Alita: Anjo de Combate

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James Cameron não é conhecido por sua destreza na escrita de roteiros. Em Alita: Anjo de Combate, não foi diferente: É apresentado ao público um filme com belíssimos efeitos especiais e cenas de ação demasiadamente empolgantes, mas um roteiro extremamente fraco, com uma série de fatos que se atropelam e não são são aprofundados.

A história se passa no ano de 2563, após uma grande guerra que deixou a terra em um estado de profunda decadência, exceto para os habitantes de Zalém: A última cidade flutuante habitada pelos ricos, dinâmica bem semelhante Elysiun (Neill Blomkamp, 2013). Os mais pobres moram em Iron City, produzem todas as necessidades de Zalém e sobrevivem dos lixos enviados por esta. É justamente em um lixão que o Dr. Dyson Ido (Christopher Waltz), encontra uma cyborg, a reconstrói e dá a ela o nome da Alita. Nos primeiros momentos o que mais chama a atenção em Alita (Rosa Salazar), são os enormes olhos criados em computação gráficas para que o design da personagem se assemelhe ao visto no mangá de Yukito Kishiro. No entanto, rapidamente o espectador pode se acostumar com a novidade. Alita não recorda seu passado, porém, demonstra uma enorme destreza em combate, apesar de seu corpo frágil.

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Devido à sua intensa ocupação com Avatar e suas sequências, Cameron colocou a direção do projeto nas mãos de Robert Rodriguez (Machete, Sin City, Pequenos Espiões), o que resultou em excelentes cenas de ação bem brutais. Apesar disso, é notório que o diretor se encontra nesse trabalho bem mais contido do que em seus filmes anteriores demasiadamente exagerados, exagero esse bem típico de sua grande interação com Quentin Tarantino. Só que em Alita: Anjo de Combate, a relação que se vê é a de Rodriguez X Cameron, mais preocupados em fazer um grande blockbuster palatável a um público maior. No entanto é bem visível que a marcante estética de Rodriguez, ainda que bem tímida,  acrescentou muito ao filme, dando a ele um diferencial ao que comumente se vê em filmes de cyborgs.


O amor é o principal motor das reviravoltas na trama: Personagens mudam sua personalidade e fazem verdadeiras loucuras em nome disso. Contudo, tais transformações se mostram como muito forçadas ao longo da história: Os motivos apresentados para as tomadas de decisões dos personagens não convencem e  sempre acontecem de maneira muito rápida. Além disso, os conflitos apresentados ao longo da história se resolvem quase sempre meio que instantaneamente, não dando ao público a oportunidade de “sofrer” ou ter mais expectativas com as situações. Os diálogos se mostram muito forçados, bastante carregados de informações que poderiam ser passadas de alguma outra forma.  

Dessa maneira, o longa é bem empolgante em termos de cenas de ação, efeitos e estética, mas possui um roteiro que deveria ser melhor construído.   

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