seg, 7 outubro 2024

Crítica | All of Us Are Dead

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Desde de que George A. Romero trouxe para as telonas obras como A Noite dos Mortos Vivos, Despertar dos Mortos e Dia dos Mortos, a cultura pop nunca foi mais a mesma. Mesmo sendo um filme de terror, as produções de Romero conseguiram servir como metáfora para debater diversos problemas da sociedade americana. Desde de então, os Zumbis são inseridos nas mais diversas histórias e não se restringem apenas ao cinema, invadindo as séries de TV. Quem atualmente vem investindo em histórias sobre Mortosvivos é a Coreia do Sul, o país recentemente lançou no cinema Invasão Zumbi, sucesso de público e crítica, e na Netflix a produção #Alive. Além da série, Kingdom, que ganhará uma quarta temporada em 2022. Para aumentar a lista de boas produções feitas no país, já está disponível no streaming da Netflix a série All of Us Are Dead, que aborda um surto zumbi que acontece em uma escola de ensino médio.

Netflix/Divulgação

Falar que All of Us Are Dead tem sua narrativa acontecendo em uma escola é uma mentira. A escola é o ponto central dessa trama, que ocorre em diversos pontos de uma cidade na Coréia do Sul. A produção tem 12 episódios, de uma hora cada, que se alongam demais em algumas situações, algo que pode desagradar alguns espectadores. Mas no fim toda essa duração tem um propósito e a história vale muito a pena ser conferida. A trama criada por J.Q. Lee, Chun Sung-il e Kim Nam-su com Yoon aborda o caos que acontece no país de modo lento e progressivo, o primeiro episódio da produção serve para apresentar os protagonistas desta aventura, a sua interação com os demais personagens e como acontece o início do incidente que dá origem ao surto Zumbi, algo raro de ser visto em produções do tipo. Porém, é preciso confessar que boa parte das sub-tramas que são apresentadas na série poderiam ser retiradas ou até suprimidas em prol de uma maior dinamicidade da história.

O modo como o grupo de adolescentes encara os perigos e os problemas que surgem são apresentados de modo crível e possuem uma boa fundamentação. As soluções são criativas e elas junto com a dinâmica do grupo e a consequência de suas escolhas em a cada episódio, são o que regem a história. Mas algumas situações criadas pelo roteiro soam como forçadas, pois é perceptível a interferência do roteiro nas situações. Por exemplo: em algumas cenas os Zumbis conseguem atravessar uma porta ou até mesmo uma janela de vidro, para na cena seguinte vermos eles não conseguindo fazer o mesmo. O mesmo acontece em alguns “sacrifícios” que acontecem em prol da trama, podemos notar isso na morte de um personagem que atravessou a cidade, para depois preferir ficar ao invés de seguir com o grupo que ele resgatou. Essas são situações pontuais, e no geral, a trama e os personagens (da escola) agradam.

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O melhor da série são as suas criativas e sanguinolentas cenas de ação. Todas elas são impressionantes. A cena do refeitório é uma das melhoras feitas, sendo frenética. Os ataques das criaturas mutas vezes acontecem com uma quantidade enorme de atores e são tensas do início ao fim. Os Zumbis também são muito bem feitos, tanto a maquiagem merece destaque como as cenas de transformação, que sempre envolvem elementos de atuação corporal que surpreendem. Os Zumbis aqui, são monstros diabólicos e assustam, em especial quando atacam em grupo. Outras situações que aterrorizam mais que os mortos-vivos e são as ações humanas de alguns personagens que refletem a sociedade coreana. Questões como o bullying, mostram que os humanos ainda são os monstros mais perversos da terra, seja qual for o contexto.

O elenco é extenso e cumpre bem o seu papel nessa história que possui muitas subtramas, algumas delas funcionam e outras não. O enredo focado na escola é o melhor de todos e o que acontece fora dela poderia ter sido trabalhada numa segunda temporada, por exemplo. Os jovens atores que vivem os alunos tem como desafio lamentar as mortes dos amigos, fugir das criaturas, entender a evolução do vírus, conviver com diferentes pessoas e ainda serem adolecentes e viver as situações típicas de sua idade, como os romances. Esse núcleo tem o melhor desenvolvimento e mostra o que de melhor a série tem a oferecer e desviar disso, para focar em outras histórias é o maior pecado que All of Us Are Dead comete.

All of Us Are Dead é mais um acerto da Netflix e deve agradar os fãs do terror com Zumbis. Assista o quanto antes!

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Hiccaro Rodrigues
Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: [email protected]
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