qua, 25 dezembro 2024

Crítica | As Múmias e o Anel Perdido

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Na animação “As Múmias e o Anel Perdido”, acompanhamos as divertidas aventuras de três múmias egípcias que vivem numa cidade subterrânea sob as pirâmides do antigo Egito que, após uma série de infelizes acasos, acabam embarcando numa hilária e agitada jornada na Londres atual à procura de um anel ancestral, de propriedade da Família Real das Múmias, roubado pelo ambicioso arqueólogo Lorde Carnaby.

Incentivar produções animadas vindas de fora do eixo norte-americano é dever de qualquer apreciador do gênero que foi um dos precursores da sétima arte que conhecemos nos dias de hoje. Obras de animação estrangeiras vêm recebendo o devido destaque no mercado, divertindo e encantando o público com seus personagens simpáticos e histórias simples, cobertas por uma grossa camada de clichês estereótipos, que, ainda assim, conseguem nos cativar devido à genuína sensação de diversão por elas transmitidas. O longa-metragem As Múmias e o Anel Perdido (Mummies), produção da Espanha e Inglaterra, pode não ser um grande marco na história da animação, mas se encaixa numa sincera diversão para crianças.

Parcialmente desprovido de inventividade, o roteiro de Jordi Gasull e Javier López Barreira – vencedores do Goya de Melhor Roteiro por “As Aventuras de Tadeu” – busca identificação com o público através de uma narrativa simples, beirando ao simplório, dentro de um universo cheio de possibilidades para entregar algo realmente genuíno e criativo. Juan Jesús García Galocha, que faz sua estreia como diretor, conduz de forma confortável uma animação mais voltada para o público infantil, sem se preocupar muito em entreter os adultos, oferecendo, dessa forma, personagens caricatos em situações absurdas, que beiram o surreal e, às vezes, o absurdo, como o fato do antagonista, Lord Carnaby, descobrir de forma tão simples uma tumba egípcia e, ainda por cima, a cidade subterrânea das Múmias, além da ideia de criaturas mortas há milhares de anos terem conhecimento de tecnologias atuais e da língua inglesa. O filme ainda peca por não saber qual mensagem transmitir para o público alvo, deixando de lado uma importante lição de seguir seus sonhos e se auto descobrir para se apegar a um batido desfecho amoroso.

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Nada disso vem a ser importante quando se há uma boa carga de entretenimento, justamente graças a esses personagens caricatos e às situações absurdas. O quarteto protagonista, composto pela Princesa Nefer (Eleanor Tomlison), o ex-corredor de bigas Thut (Joe Thomas), seu irmão mais novo Sekhem (Santiago Winder) e seu inseparável bebê crocodilo de estimação, funciona, apesar de terem objeivos repetitivos apresentarem comportamentos típicos de personagens de animações sem grande apreço por uma boa narrativa. Graças à eles, são protagonizadas cenas hilárias, como a sequência musical no teatro e uma elerizante perseguição de ônibus pelas ruas de Londres. O inimigo, Lord Carnaby (Hugh Bonneville), é um vilão genuinamene mau, cujo a perversidade chega a ser engraçada por transformá-lo em um indivíduo simplesmente estúpido, mas com intenções perigosas para os personagens principais, chegando a se tornar uma ameaça considerável.

Imagem: Reprodução

As Múmias e o Anel Perdido ostenta de uma boa trilha sonora original, composta por Fernando Velázquez, apresentando boas músicas cantadas pelos personagens. O estilo de animação do longa puxa para o caricato, mas flerta com detalhes e texturas, principalmente na criação do mundo das múmias, além de contar com um colorido chamativo e bem distribuído.

No final, As Múmias e o Anel Perdido acerta em oferecer diversão pequenos, contando também com um gracioso aspecto visual, mas erra ao apresentar uma história recheada de clichês e um desfecho que oferece poucos ensinamentos para o público alvo.

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