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Início Críticas Crítica | Atividade Paranormal: Ente Próximo

    Crítica | Atividade Paranormal: Ente Próximo

    Boa premissa e direção não superam roteiro preguiçoso

    Imagem: Paramount Pictures/Reprodução
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    Em Atividade Paranormal: Ente Próximo (Paranormal Activity: Next of Kin), sétimo filme da rentável franquia de terror, um documentarista (Roland Buck III) acompanha a jovem Margot (Emily Bader) até uma comunidade Amish na esperança de conseguir informações sobre a família biológica dela. Após uma série de acontecimentos estranhos, a garota logo percebe que este povo isolado pode estar guardando um segredo sinistro.

    Em 2007, o found footage de baixo orçamento Atividade Paranormal, que apresentava uma proposta simples, beirando ao minimamente ao simplório, mas com uma execução notavelmente criativa, chamou atenção do público e caiu nas graças dos espectadores do cinema de terror, justamente pela inventividade, abrindo portas para um novo conceito de causar bons sustos com um investimento pífio. Desde então, foram produzidas diversas sequências do longa concebido por Oren Peli, o que nos leva até o sétimo filme da franquia, Atividade Paranormal: Ente Próximo, o que talvez seja o mais diferente de todos os seus antecessores, por preservar um modesto grau de criatividade que não se vê desde o primeiro filme, mesmo pecando em diversos aspectos, tal como seus antecessores.  

    O que torna Ente Próximo um filme de terror criativo e até mesmo interessante é o fato dele funcionar como uma produção independente, isto é, sem necessitar do selo “Atividade Paranormal”. Com uma premissa louvável, que nos leva a um mistério envolvendo uma comunidade Amish, que até conta com detalhes interessantes sobre o conservadorismo do grupo religioso norte-americano e canadense, o longa possuía uma boa bagagem para funcionar. Há momentos em que a direção de William Eubank se mostra eficiente, sabendo ultrapassar os limites de um found footage aparentemente amador para captar boas imagens, o que, por outro lado, gera um certo tom artificial na obra. Isso se dá justamente devido ao exímio trabalho de Eubank com câmeras, enquadramentos e sequências, contrariando pretensão narrativa de Ente Próximo que era de ser um documentário de baixas proporções. Óbvio que isso não compromete o longa, só o torna mais tecnicamente impecável do que qualquer produção dentro da franquia, mesmo que isso não faça sentido dentro da história.   

    Porém, o mesmo não podemos questionar do roteiro de Christopher Landon, que, mesmo contendo um argumento forte que seria útil para criticar fanatismos religiosos e intensificar sua proposta com situações e diálogos que não beirassem o óbvio, cai nas graças do simplório e ainda peca por ser lento, deixando o melhor só para os minutos finais do longa. Nesse sentido, Ente Próximo se aproxima de seus antecessores da franquia Atividade Paranormal, chegando a ser decepcionante, pois um argumento interessante amalgamado a uma boa técnica necessitava de um storytelling mais caprichado, além de mergulhar de cabeça nos clichês e em resoluções repentinas. Oportunidades, como uma maior exploração dos laços de sangue entre a protagonista Margot e os misteriosos membros da comunidade Amish são apenas comentados e pouco levados adiante, a não ser após uma desnecessária reviravolta no terceiro ato que acaba por prejudicar ainda mais o texto do longa.

    Imagem: Paramount Pictures/Reprodução

    Outro ponto positivo por parte da condução de William Eubank se dá pela direção dos atores do longa, que apresenta um trio protagonista simpático e que participa ativamente do suspense, sem se enuadrar nos padrões de personagens de poucos neurônios em funcionamento, composto por Emily Bader (Margot), Roland Durk III (Chris) e Dan Lippert (Dale). Outro destaque vai para o veterano Tom Nowicki, que interpreta o misterioso líder da comunidade Jacob.

    Com menos sustos barulhentos e mais ambientação claustrofóbica e aterradora, Atividade Paranormal: Ente Próximo é um caso raro de filme da famosa franquia que ostenta uma técnica louvável de se fazer terror. Pelo menos, nesse quesito a saga se reinventou, agora só precisa aprender a desenvolver uma boa história e não desperdiçar seus pontenciais em um desenvolvimento pouco interessante, que leva absolutamente nada a lugar algum.

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