sáb, 27 abril 2024

Crítica | Besouro Azul

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Os caminhos do universo de super heróis da DC sofreram drásticas mudanças nos últimos meses. Com a recente mudança de responsáveis do estúdio, passando de Walter Hamada para James Gunn e Peter Safran com o DC Studios, as expectativas e desafios quando essa construção de uma linha mais correta vão aos poucos surgindo, e mesmo que a maioria das produções feitas na antiga administração não sejam ruins, é fato que existia uma má organização na relação produtores e meio criativo das obras. O mais novo lançamento Besouro Azul, por mais que seja relacionado com a antiga hierarquia, já foi direcionado que ele vai se encaixar no novo universo do estúdio. Mas será que o personagem tem moral para sustentar seu próprio filme ?

Recém-formado, Jaime Reyes volta para casa cheio de expectativas para o futuro, mas logo descobre que seu lar não é mais o mesmo. Enquanto tenta encontrar seu propósito no mundo, o destino intervém e faz chegar às mãos de Jaime uma antiga relíquia da biotecnologia alienígena – o Escaravelho. Quando o Escaravelho escolhe Jaime como seu hospedeiro simbiótico, sua vida muda para sempre. 

De forma bastante simples, pode- se dizer que é um filme que segue cem por cento o pacote básico de origem de super herói. Ele realmente não tenta sair dessa curva já conhecida ao longo de mais de vinte anos do gênero, e ele curiosamente resgata uma sensação de inocência e heroísmo que os filmes perderam com o passar dos anos. Trabalha melhor do que Shazam 2, onde parece querer desesperadamente entregar essa mistura de família, diversão e inocência, mas falha miseravelmente. O mais funcional de Besouro Azul é justamente essa sustentação da família de Jaime para praticamente nas escolhas do personagem, seja em sua volta e permanência para ajudar nas dificuldades financeiras, seja nos momentos de conselhos e dúvidas do mesmo, e funciona em até mesmo em sua maior parte nos momentos leves e descontraídos entre os membros da família, lembrando bastante filmes como Pequenos espiões e as clássicas aventuras da sessão da tarde.

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E por mais que passe uma identidade de esquecível, devido essa fórmula já pronta dia atuais filmes de herói, o filme consegue trabalhar sua personalidade. Ele traz referências a cultura Latina, desde coisas mais simples como referências a Chapolin ou novelas clássicas mexicanas até chegar em discursos mais diretos sobre a história de imigração e luta contra o imperialismo, tudo isso muito sustentado pela própria família de Jaime. O filme traz levemente um grau de importância na busca pelo propósito do protagonista, que precisa constantemente de ajuda e motivações de seus familiares, e é algo que ocorre até rotacional entre eles- por mais que Jaime seja o principal- em alguns momentos temos a posição de heroísmo passado para seus entes queridos, tanto na ação quando verbal.

E quanto seu visual e ação, o filme tem escolhas estéticas realmente bem genéricas. Por mais que a armadura principal do protagonista seja realmente bem bonita e a decisão de usar em sua maioria um protótipo físico ao invés do CGI faz a diferença, o longa traz sequências de ação bem qualquer coisa, existem lampejos de alguma criatividade aqui ou ali, mas no geral é um modo automático já conhecido do gênero. E até flerta em alguns momentos com um possível Tokusatsu, essa mistura de armaduras, poses e batalhas exageradas entre seres híbridos, mas infelizmente são apenas breves momentos, seja pela ótima pose de Jaime com uma espada gigante pra lá de Final Fantasy. 

E sem enganações, o papel de Bruna Marquezine é realmente agradável de se acompanhar. Ela é um tipo de personagem bem conhecido desse tipo de história, mas sua química com o protagonista interpretado por Xolo Mariduena funciona, é essa mistura de momentos de uma paixão jovem e lidar uma troca de ensinamentos e problemas pessoais de cada um. Ela surpreende tanto na atuação quanto nentempo de duração apresentado, facilmente a segunda personagem mais importante do filme, atrás obviamente do besouro azul.

O ponto mais baixo do filme com certeza são os vilões. É o exemplo mais genérico e esquecível possível, ele trabalha esse envolvimento da personagem CEO com aquele velho dilema de anos procurando o escaravelho e com seus próprios planos com a empresa e blá blá blá. É um desperdício com uma atriz tão querida como Susan Sarandon. No outro lado temos o vilão mais voltado para o combate direto e físico com o besouro, o filme até tenta humanizar o vilão na reta final, mas é algo tão jogado e previsível que ao invés de se assemelhar com o discurso anti- imperialista do filme acaba apenas que mal desenvolvido.

Entre uma história extremamente simples e um elenco carismático, Besouro Azul se enquadra em algo esquecível, mas com bom coração. Os momentos de leveza da família e as chamativas referências latinas oferecem um tempero diferente de uma ultrapassada e conhecida fórmula do gênero. E que após cada ano surge a dúvida: Ainda tem gás ?

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