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Início Críticas Crítica – Blade Runner 2049

    Crítica – Blade Runner 2049

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    Blade Runner 2049 é a continuação do Blade Runner, o Caçador de Androides de 1982. O filme de 1982 se passa em 2019, foi dirigido por Ridley Scott e explora uma Los Angeles que consome exageradamente, já decaiu moral e material e, por esse motivo, tenta colonizar outros planetas. Foi um filme produzido no contexto da globalização, com várias etnias, em que androides – replicantes – são criados para realizar atividades perigosas no planeta e nas explorações. A polícia recebe o nome de “caçadores de androides” devido a um papel de assume pós-rebelião de replicantes, caçando-os e “aposentando-os”. Para essa atividade, é convocado o aposentado Rick Deckard (Harrison Ford).

    Cena de Blade Runner, o Caçador de Androides (1982)

    O filme de 2017 é dirigido por Denis Villeneuve com Scott na produção e seu ambiente é mais sombrio que o de 1982, a humanidade está sem esperanças. Isso é mostrado na predominância de cenas sombrias no filme, característica do gênero neo-noir em que ambos os filmes se enquadram. Outras características são a inexistência de heróis e a presença de femme fatales.

    Cena de Blade Runner 2049 (2017)

    A esperança nesse universo surge na possibilidade de geração de vida e essa será a busca dos personagens ao longo de toda a história, aliada ao antigo questionamento do que é humano e artificial e até onde o ser humano é caracterizado por assim dizer: o que o difere dos androides é apenas o fato de que estes não têm alma? Ou as ações dizem mais do que essa predefinição? Os androides de Blade 2049 são mais avançados do que de O Caçador de Androides, porém essas questões permanecem em discussão. A Tyrell Corporation – criadora dos primeiros robôs e falida – é aqui substituída pela Wallace Corporation – liderada por Niander Wallace (Jared Leto) – que os aprimora. Os novos robôs são projetados para serem acompanhantes dos seres humanos solitários em um mundo decadente. Joi (Ana de Armas) é a companheira e amiga do Policial K (Ryan Gosling), tal qual Rachael (Sean Young) é de Deckard algumas vezes. O personagem de Gosling, por sinal, assume desde o início do longa o papel de Deckard no filme de 1982, caçando as versões antigas dos replicantes.  Há também um relacionamento homem/máquina, criador/criatura entre Wallace e Liv (Sylvia Hoeks).

    Interna da Wallace Corporation

    Além do universo já estabelecido com carros voadores, androides, prédios tecnológicos, temos várias alusões ao primeiro filme: a prostituta; o ex-policial Rick Deckard; personagens que moram sozinhos em locais abandonados (J.F. e Deckard); o unicórnio (no primeiro filme) e o cavalo (no segundo). Blade Runner 2049 se baseia na estética e história de Blade Runner, o Caçador de Androides, porém cria algo novo para a mitologia e trás em algumas cenas o sépia para compor a estética, por exemplo, em cenas de deserto – lembrando o futuro apocalíptico de Mad Max (2015) – e o jogo de luz e sombras utilizando o dourado, nas cenas internas da Wallace Corporation.

    Cabe ainda destacar as interpretações de Robie Wright como a Tenente Joshi – chefe do Policial K – e de Dave Bautista como Sapper Morton – androide perseguido pelo policial – e a trilha sonora marcante de Jóhann JóhannssonHans ZimmerBenjamin Wallfisch.

    Blade Runner 2049 é um filme longo e questionador, para ser visto descansado e que trará boas indagações sobre o papel da tecnologia, do consumo e da ganância em nossas vidas.

    [youtube https://www.youtube.com/watch?v=g-LzzkTi6hk]

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