Em Bliss: Em Busca da Felicidade, conhecemos Greg (Owen Wilson) um homem divorciado que vê sua vida toda mudar quando conhece Isabel (Salma Hayek). História simples, né? Sim, Bliss tem uma sinopse simples, mas sua narrativa é exageradamente complexa, o que resulta em um episódio de categoria B da série Black Mirror.
O grande pecado deste longa escrito e dirigido por Mike Cahill (O Rei da Califórnia) é o modo como conta sua história. Somos bombardeado por milhares de informações e nunca temos tempo de digerir o que é visto em tela. A construção do universo de ficção/distopia visto pelo personagem de Owen Wilson (Penetras Bons de Bico) é apresentada de maneira acelerada e fará o espectador ficar mais confuso com a história do que satisfeito. Bliss é um longa focado em criticar o uso de drogas e remédios para escapar da realidade ou para obter a felicidade. Sendo assim os elementos futuristas no estilo Matrix são apenas consequências do uso dos entorpecentes. Mas a trama nunca deixa isso claro e o espectador que lute para juntar as peças e chegar nesta conclusão. É difícil em alguns momentos da trama distinguir o que é real e o que é apenas ficção. Afinal a personagem de Salma Hayek (Frida) é real? Algumas perguntas são fáceis de serem respondidas outras não tem a menor explicação.
Não é errado por o espectador pra pensar, desde de que todas as peças do quebra cabeça sejam dadas, para que o espectador as junte e chegue nas conclusões. O problema aqui é que o filme “perde as peças” e tornam as explicações da trama mais difíceis do que o necessário.
O longa não é um tragédia completa, existem coisas positivas como a construção dos cenários, em especial a do “novo mundo”. A diferença da fotografia nas realidades apresentadas também merece destaque. As do mundo real tem diversas cenas em tons de cinza e outros tons mais escuros, enquanto o outro universo é repleto de cores em tons azulados e com cores mais vibrantes. Os efeitos visuais também são interessantes.
No quesito atuações as coisas se tornam irregulares, Hayek e Wilson são ótimos… Quando estão separados. Uma folha de papel tem mais química que a dupla de atores. Os atores secundários quase não tem uma função narrativa e são muito mal desenvolvidos. Para piorar o diretor ainda usa de algumas metáforas que só ele deve saber o significado (programa que cria desenhos, o tubo de cérebros, os protestos) o que ele quis dizer com aquilo na trama é um mistério.
Bliss: Em Busca da Felicidade é um longa sobre a fuga da realidade através das drogas, para conseguir ser feliz. Se esse longa em sua narrativa fosse mais simples, seria fantástico. Não é errado ser complexo, mas simplicidade às vezes é tudo.